A montanha de sacos de lixo vai até o teto do galpão. A central de triagem da Coopervivabem, na Vila Leopoldina, zona oeste de São Paulo, uma das 21 da cidade, chega a processar 230 toneladas de material reciclado por mês e está no limite. "Tem dias que tenho de barrar o caminhão da Loga. A gente não consegue atender toda a demanda", contou a presidente da cooperativa, Elma de Oliveira Miranda.
Segundo Elma, no fim de ano há uma grande remessa de materiais, como papelão, latas, garrafas e isopor - a unidade é a única que recebe esse último material. "Isso acaba lotando as centrais. A gente precisa fazer um rodízio com os caminhões para não ficar com tudo. Vamos precisar de outras centrais para dar conta de tudo que é produzido." Sua cooperativa também faz a coleta com caminhões-gaiola. "Mas temos só quatro. Não dá para atender todo mundo."
Ela espera aumentar a produtividade da central para até 300 toneladas por mês. "Recebemos mais três caminhões e vamos poder ampliar o atendimento."
Para Carlos Silva Filho, diretor executivo da Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais (Abrelpe), existem dois gargalos no processo. "A capital ainda não está bem estruturada com as centrais nem a indústria que recicla consegue atender a demanda. É preciso resolver essa equação para ampliar a coleta."
A Agenda 2012, plano de metas da Prefeitura, prevê a instalação de mais cinco centrais até o fim do ano.
"O ideal era uma para cada um dos seus 96 distritos", calcula Delaine Romano, coordenadora de projeto com catadores da Associação Brasileira de Engenharia Sanitária e Ambiental (Abes). / F.N.
A Secretaria Municipal de Serviços, responsável pelo Departamento de Limpeza Urbana (Limpurb), disse que houve uma falha na coleta do Edifício Saint Moritz, em Moema, e por isso a Ecourbis foi notificada e pode receber multa. Já no caso do Edifício Rio Sena, a Limpurb explicou que o local não tinha coleta seletiva porta a porta, mas que agora o endereço foi incluído no roteiro.
Segundo a Ecourbis, estão ocorrendo atrasos pontuais porque muitas das centrais de triagem estão trabalhando no limite de sua capacidade. A Loga disse que também tem problemas em descartar os materiais nas centrais, mas explicou que tem um projeto para uma central de triagem e está projetando mais quatro unidades na zona norte. / F.N.