De acordo com o ministério, há dois tipos básicos de centrais de triagem. Aquelas com esteira, que carregam os resíduos e impõem ritmo ao trabalho, têm custo maior na aquisição de equipamentos e custo maior de manutenção. O nível de rejeitos é da ordem de 25% a 30%, sendo que a quebra dos equipamentos interrompe a triagem e o sistema acaba por excluir o trabalho de idosos e pessoas mais lentas.
Já no caso de centrais de triagem compostas apenas de silos e mesas, não há custo de equipamento, instalação e manutenção. O índice de rejeitos do processo é bem menor, 5%, e cada pessoa trabalha em seu ritmo. Além disso, o ministério aponta que as centrais de triagem em mesa têm maior capacidade de armazenamento e emprega maior número de pessoas (veja tabela).
As soluções também podem ser combinadas ou haver retriagem de materiais para que o volume de rejeitos, no caso das centrais com esteira, seja ainda menor. A área para a construção dos centros de triagem não difere quanto ao modelo escolhido, de acordo com as diretrizes do Ministério das Cidades. Um galpão de pequeno porte terá, em média, 300 m² edificados e precisará de uma prensa enfardadeira vertical com capacidade para 20 t, uma balança mecânica com capacidade para 1.000 kg e um carrinho plataforma com dois eixos. Já no caso de galpões de porte médio, cerca de 600 m² edificados, será necessário adquirir também uma empilhadeira simples com capacidade de 1.000 kg, deslocamento manual e energia de elevação elétrica. Para galpões de grande porte, cerca de 1,2 mil m² edificados, serão necessárias duas prensas e dois carrinhos, além de uma balança e uma empilhadeira.
O projeto do galpão da Lapa tem dois gradis e duas esteiras de 14 m de comprimento cada, sendo que a distância entre seus eixos centrais é de 5,72 m. O modelo é construído em desnível, para facilitar a passagem dos resíduos do caminhão para os fossos. Também foram construídos 15 boxes de 12 m², sendo 13 para armazenamento de um tipo de material e dois para as áreas de prensa. Além de duas prensas, a triagem da Lapa contará com uma balança, dois carrinhos plataforma e uma empilhadeira. A cooperativa contará com um caminhão Munk, um caminhão gaiola e um caminhão VUC, cedidos pela Prefeitura de São Paulo.
Para manter o programa de coleta seletiva, a Secretaria de Serviços subsidia a infraestrutura das centrais de triagem e os equipamentos de trabalho (caminhões de coleta, equipamentos, consumo de água e luz), gastando cerca de R$ 1,2 milhão por mês com todas elas.
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Acessibilidade
O projeto do galpão de triagem da Lapa foi feito para ser acessível a pessoas com restrições de locomoção. Para isso, toda a edificação será sinalizada com piso tátil no início e término das rampas e escadas (conforme item 10 da NBR 9050/04). No projeto arquitetônico, as maçanetas são de alavanca, os interruptores distam 1 m do piso, as portas têm vão mínimo de 0,8 m. As grelhas têm vão livre máximo de 1,5 cm (conforme item 6.1.5 da NBR 9050). O corrimão das escadas e das rampas é duplo e terá altura de 0,7 m e de 0,92 m do piso acabado em qualquer edificação. A diferença entre piso cimentado e gramado é inferior a 0,5 cm de altura. Os pisos externos são executados com inclinação transversal máxima de 3%. São previstos bebedouros acessíveis, bancada dos lavatórios com 0,8 m de altura e altura mínima livre de 0,73 m do piso.
Instalações de apoio
De acordo com indicações do Ministério das Cidades, a área do escritório deve ter, no mínimo, 12 m². Para calcular o número de vasos sanitários e lavatórios, o órgão indica a proporção um para cada 20 usuários. No caso de chuveiros, seria um para cada dez usuários. O boxe mínimo para sanitários deve ser de 1 m² e a largura mínima para lavatório de 0,6 m. Os armários devem ser individuais com 1,5 m² por usuário e compartimento duplo com 90 cm de altura, 30 cm de largura e 40 cm de profundidade.
A área por usuário no refeitório deve ser de 1 m² com pia, bebedouro, aquecedor de marmitas e fogão. A possibilidade de conversão do refeitório em área de treinamento e reunião deve ser prevista. Para isso, é indicado o uso de mesas móveis.
Na central de triagem da Lapa, foram construídos três sanitários especiais para pessoas com deficiência, de acordo com a NBR 9050, além de dois sanitários, um feminino e outro masculino. Uma área de serviço e copa com 3,39 m²; uma oficina de 62,05 m² equipada com bancadas de concreto, computador, telefone, som, vídeo e impressora; refeitório de 20,13 m²; cozinha de 6,93 m² equipada com fogão com coifa e marmiteira e depósito de 7,76 m².
Organização do trabalho
Para a organização do trabalho é preciso definir área adequada para cada usuário. Em uma central com mesa linear, um trabalhador ocupará 1,5 m da esteira, precisará de área de 2,4 m para colocação de tambores de separação dos materiais mais constantes e 1 m para os sacos de separação de materiais menos constantes. Um corredor de 1 m é necessário para deslocamento dos tambores cheios.
No caso da opção de triagem com mesas transversais, essas devem ter 2,80 m de comprimento por 1 m de largura (cada uma comportará quatro trabalhadores). Entre uma mesa e outra, o espaço será de 2,80 m para acomodação dos tambores. É necessário manter pelo menos 1 m de corredor para transporte dos tambores.
Para dimensionamento do galpão, o Ministério indica um padrão de produtividade por trabalhador, considerando que cada metro cúbico de resíduo sólido coletado pesa, em média, 45 kg. Os coletores de rua conseguem recolher até 160 kg/dia; cada triador interno separa até 200 kg/dia. É necessário um deslocador de tambores a cada cinco triadores; um retriador de plástico a cada cinco triadores; um retriador de metal a cada 15 triadores. Um enfardador consegue produtividade de 600 kg/dia. É aconselhável um administrador a cada 20 pessoas na produção.
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Instalações elétricas, hidráulicas e demais
As instalações elétricas devem prever a posição das prensas e outras tomadas de apoio ao sistema. A rede deve ser aterrada, conforme sugestões do ministério. Também é sugestão do ministério que haja vários pontos de uso pelo galpão e uma solução para lavagem do piso, previsão de instalação para combate a incêndio (como mostra o projeto abaixo) proteção contra descargas atmosféricas e distribuição de telefonia e dados.
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Centrais de triagem e resíduos sólidos no PAC 2
No Programa de Aceleração do Crescimento, projetos de erradicação de lixões, construção de aterros sanitários regionais complementados com unidades de triagem, unidades de compostagem, estações de transbordo e unidades de biodigestão acelerada podem, por exemplo, ser contemplados desde que sejam iniciativas compartilhadas por municípios com população total maior ou igual a 150 mil habitantes. O programa não selecionará propostas individuais de municípios.
A gestão das unidades implantadas deve ser obrigatoriamente por meio dos consórcios públicos constituídos por entes federados, municipais e/ou estaduais. O Ministério das Cidades prioriza consórcios públicos nos quais o Estado ou Distrito Federal estejam presentes. A operação dos serviços poderá ser realizada diretamente pelos consorciados, por empresas concessionárias ou por parcerias público-privadas (PPP).
Para acessar os recursos do programa, os proponentes deverão apresentar o Plano Municipal de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos ou o Plano Intermunicipal de Resíduos Sólidos, conforme artigos 18 e 55 da lei 12.305/10 e artigo 52 do decreto 7.404/10, respectivamente.
Os projetos deverão ser concebidos com base em planos regionais de RSU, terem viabilidade econômico-financeira comprovada e receitas vinculadas à manutenção dos serviços suficientes a custear a operação do empreendimento por toda a sua vida útil.
O Governo Federal arcará com os custos correspondentes a 85% do valor necessário à execução da 1a etapa do empreendimento, enquanto os 15% restantes deverão inicialmente ser custeados pelo proponente, a título de contrapartida. Serão considerados investimentos de contrapartida, com possibilidade de reinvestimento ao final da pré-operação, as seguintes modalidades:
a) Projeto executivo em caráter complementar ao projeto básico;
b) Aquisição do terreno para implantação do empreendimento;
c) Infraestruturas que viabilizem o aumento da vida útil do aterro sanitário;
d) Instalações que viabilizem projetos de mecanismo de desenvolvimento limpo (MDL) vinculados ao aproveitamento energético de biogás provindo do aterro sanitário;
e) Encerramento e remediação de lixões;
f) Aquisição de veículos e equipamentos para a coleta seletiva regular, quando esta destinar-se à incorporação dos catadores provenientes dos lixões encerrados.