As empresas que serão contratadas para fazer a limpeza das ruas da cidade de São Paulo terão de cumprir metas de aprovação.
Almeida Rocha/Folhapress |
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Funcionário da Loga recolhe lixo em São Paulo |
Se houver muita reclamação dos moradores pela sujeira, terão desconto no valor recebido. Se o número de queixas aumentar, o contrato poderá ser rescindido.
Essa regra, que hoje não existe em nenhum contrato da Prefeitura de São Paulo, será incluída no edital da licitação do novo modelo de limpeza urbana, anunciado nesta sexta-feira pelo prefeito Gilberto Kassab (PSD).
Os principais detalhes da licitação foram antecipados pela Folha no domingo.
Entre as exigências estará a instalação de 150 mil novas lixeiras na cidade --hoje são 35 mil -- equipadas com chips para leitura ótica.
O contrato ainda vai prever que as mesmas empresas que varrem a rua cuidarão também das bocas de lobo.
A limpeza é de responsabilidade das subprefeituras. Nas próximas semanas, Kassab vai transferir a atividade para a Secretaria de Serviços, responsável pelos contratos de limpeza.
Como o novo contrato será bilionário (R$ 2,1 bilhões para três anos), com muitos serviços concentrados, só empresas de grande porte poderão participar da licitação.
A medida é contestada por Gilson Lameira, ex-diretor do Limpurb (Departamento de Limpeza Urbana) da Prefeitura de São Paulo.
"Eu fico muito preocupado quando se fala em centralizar. Os contratos ficam muito grandes, difíceis de fiscalizar", afirmou.
Os atuais contratos dos serviços de varrição de ruas terminam no dia 3 de novembro. Dificilmente uma licitação desse porte é concluída em tão pouco tempo, por conta das impugnações de editais e acordos entre as empresas. Mas o secretário de Serviços, Dráusio Barreto, disse acreditar que o processo de contratação será concluído até setembro.
COMO É HOJE
A limpeza urbana de São Paulo é dividida em vários contratos atualmente. A coleta de lixo domiciliar é o único que não sofrerá alteração. Duas empresas, Loga e Ecourbis, prestam o serviço com contratos até 2024.
A varrição é feita por cinco empresas, uma em cada região da cidade (norte, sul, leste, oeste e centro).
Limpeza de bocas de lobo, galerias de águas pluviais e pontos viciados de lixo, administração dos ecopontos, operação cata-bagulho, instalação de lixeiras e retirada de faixas e cartazes são serviços prestados pelas subprefeituras diretamente ou por empresas terceirizadas.
Agora, todas essas tarefas serão concentradas em apenas duas empresas, divididas em áreas idênticas às da coleta de lixo domiciliar.
"Antes, ninguém sabia quem era o dono do lixo. Agora, vai ter nome, sobrenome e RG. Se tiver um papel de bala no chão, a empresa vai ter de tirar", afirmou o secretário de Serviços.