Foto divulgada pela Tepco mostra funcionários checando um cano na unidade de descontaminação de água radioativa da usina nuclear Daiichi, em Fukushima. (Foto: AFP Photo/Tepco)
A empresa responsável pela usina nuclear de Fukushima, Tokyo Electric Power (Tepco), detectou um aumento significativo nos índices de radiação em amostras de água do mar recolhidas em um dos poços de observação próximo dos reatores.
Um porta-voz da Tepco confirmou à Agência "EFE" nesta quinta-feira (10) que os dados mostram 'alta densidade de trítio e estrôncio' nesse ponto de observação, em que foram recolhidas amostras de água do mar da área do porto situado em frente à central nuclear.
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Nas amostras recolhidas nesta quarta-feira na área do reator 2 foram detectados até 830 becquerels por litro de césio 137, o nível máximo em dois anos nesse ponto, e muito acima dos 64 becquerels por litro registrados no dia anterior.
A Tepco atribuiu esse aumento à possibilidade que os trabalhos para melhorar a pavimentação no lugar, onde aconteceu um vazamento com alta concentração radioativa há dois anos, tenham elevado as leituras.
Nos dois últimos anos, as amostras recolhidas neste ponto tinham caído consideravelmente, com a exceção de picos pontuais de alta radiação, detalhou o porta-voz.
Nos trabalhos mencionados pela Tepco, os técnicos de Fukushima injetaram produtos químicos no solo entre os reatores e o mar para solidificar o pavimento e evitar o vazamento de água subterrânea para o oceano, um trabalho que provavelmente movimentou a terra contaminada e elevou os índices radioativos da água.
No entanto, a empresa assegurou que 'vai continuar observando a situação', mesmo sem que ela tenha provocado 'uma mudança significativa' em outras áreas próximas dos reatores nucleares.
O porta-voz confirmou à "EFE" que, por enquanto, não 'há nenhuma novidade' em relação ao estado dos seis funcionários que ontem tiveram contato com a água contaminada proveniente de uma tubulação do sistema de filtragem da usina, por causa de um erro humano.
O incidente de ontem foi o quarto desse tipo na central em apenas uma semana, o que provocou fortes críticas da autoridade nuclear japonesa, exigindo um melhor controle e que a empresa resolva o grave problema dos vazamentos na usina.