A Tokyo Electric Power Company (Tepco), operadora da usina nuclear de Fukushima, detectou radiação de até 4 mil milisievert por hora no edifício do reator 1, o que representa o nível mais alto confirmado até o momento no ar da central, informou a agência Kyodo neste sábado.
A medição foi feita na sexta-feira por meio de um robô enviado ao interior da unidade do reator 1, detalharam fontes da Tepco.
O robô registrou os dados perto de um encanamento que emite vapor que, segundo os técnicos, poderia proceder de água contaminada acumulada na câmara de supressão que se encontra sob o edifício.
A Tepco assegurou que por enquanto os operários da central não planejam trabalhar nessa área, embora nesta sexta-feira nove deles tenham entrado no edifício para instalar um indicador de pressão na estrutura de contenção.
Esses trabalhadores receberam uma radiação de 4 milisievert, indicaram os responsáveis, frente aos 100 milisievert considerados normalmente o máximo em situações de emergência.
Para o caso específico de Fukushima, no entanto, o governo japonês autorizou a elevação desse limite a 250 milisievert perante a gravidade da situação.
Na noite de sexta-feira, a Tepco admitiu que dois dos operários da central receberam uma radiação superior a esses 250 milisievert e não descartou que haja mais trabalhadores na mesma situação, pelo que planeja fazer análise de 150 funcionários que realizaram tarefas similares.
Os funcionários de Fukushima trabalham dia e noite para controlar a situação na central, cujos sistemas de resfriamento ficaram danificados pelo terremoto e o devastador tsunami de 11 de março.
Seus esforços são dificultados pela água radioativa que se acumula nas instalações, que se calcula em mais de 105 mil toneladas e que impede sua passagem a várias zonas.
A Tepco prevê ativar novos sistemas para descontaminar a água a partir de 15 de junho, embora tenha advertido que, em caso de chuvas torrenciais antes dessa data, o líquido radioativo pode desbordar ao exterior.