Um sistema para tratar a água contaminada que está impedindo reparos na usina nuclear danificada do Japão não está com o desempenho esperado mas deve funcionar plenamente no mês que vem, disse um membro do governo nesta quinta-feira.
Desde o tsunami de 11 de março, trabalhadores resfriam os reatores e o combustível gasto por meio do bombeamento de água, que fica contaminada com a radiação. Foram acumuladas cerca de 110 mil toneladas de água contaminada, uma ameaça que pode vazar para o mar e oferece riscos à saúde e dificuldades logísticas aos trabalhadores que lutam para fazer consertos na usina.
“O problema da água contaminada é a maior barreira neste momento”, disse Goshi Hosono, diretor da força-tarefa do governo para a crise nuclear. “Estamos ansiosos para estabilizar o sistema de tratamento, custe o que custar”.
Esperava-se problemas ao longo do caminho, disse Hosono, acrescentando que quer o sistema plenamente operante no fim de junho e funcionando estavelmente no meio de julho.
“O sistema de tratamento de água é um passo-chave para levar aos reatores a um desligamento frio”, disse. A meta da empresa Tepco e do governo é realizar o desligamento frio no começo de janeiro.
Os trabalhadores em Fukushima se esforçam para que o sistema fique plenamente operacional antes que a água contaminada transborde, o que pode acontecer no começo de julho.
A água contaminada tem dificultado o trabalho de instalar um sistema de resfriamento nos reatores. A Unidade 1 está próxima desse estágio, mas os outros dois reatores estão atrás do prazo por causa da alta radiação ou grandes quantidades de destroços.
O sistema de tratamento foi interrompido na semana passada, quando um cartucho atingiu seu limite de césio radioativo após apenas cinco horas, e não várias semanas, como esperado. Depois de uma limpeza e ajustes, o sistema está sendo testado e já processou, de forma intermitente, cerca de duas mil toneladas de água.
Hosono disse que o sistema foi montado às pressas e que os problemas não surpreendem, já que o sistema nunca foi testado num ambiente tão severo quanto Fukushima. Ele também disse ter instruído aos técnicos da Tepco para conseguirem tanques extras para armazenamento de emergência, de modo a impedir a água contaminada de vazar para o oceano.