Foto: Arquivo pessoal de Fábio Fraga
O mau cheiro do esgoto e a poluição do solo por uma empresa produtora de tomates em Mogi Guaçu incomodou os vizinhos e fez a fábrica repensar na sua responsabilidade ambiental. Para solucionar o problema foram instalados três filtros biológicos que usam o bambu para absorver as impurezas e microorganismos da água. Dessa forma, a água usada para lavar os tomates pode ser reutilizada e gerar a economia de 30% na conta.
Há dois meses o projeto foi desenvolvido pela parceria entre o biólogo Fábio Cesar Braga, professor do Centro Guaçuano de Educação Profissional (Cegep) e o engenheiro agrônomo Alexandro Batista Ricci. “Percebemos que os donos da empresa tinham a vontade de melhorar o sistema, mas não sabiam como. Busquei, junto com outro professor, uma solução para o caso e encontramos um estudo da Unicamp sobre o uso de bambu. Resolvemos colocar em prática, de forma experimental”, explica Fraga em entrevista para o G1, que na época trabalhava na prefeitura de Mogi.
A DBO (Demanda Bioquimica de Oxigênio), índice que mede o nível de oxigênio na água constatou que o uso do bambu neste processo reduz a absorção deste elemento em 90%, ou seja, ao contrário das algas e outros microorganismos, o bambu consegue filtrar a água e sugar uma pequena porcentagem de oxigênio. De 218mg/l, o número foi para 29mg/l. A proposta do filtro biológico pretende reduzir ainda mais este índice.
“A água é apenas estocada atualmente, já que o sistema entrou em operação em abril e ainda precisa se adequar. Além de deixar a empresa alinhada com os processos ecológicos, é vantajoso economicamente. Em poucos meses se paga o investimento, por conta deste reaproveitamento da água”, explica o técnico em segurança da empresa, Anderson Luiz dos Santos.
O investimento que custou por volta de R$ 20 mil é metade do valor do tratamento de esgoto convencional. Além de evitar multas, o projeto trata a água que servirá para a irrigação de áreas verdes e sanitários da empresa.
Com informações do G1.