Mais uma empresa brasileira tem case aprovado pelo Programa de Trabalho de Nairóbi Sobre Impactos, Vulnerabilidade e Adaptação às Mudanças Climáticas, da Convenção-Quadro Sobre Mudanças Climáticas da ONU. Com um projeto de “Sistema Integrado de Infraestrutura Verde e Reciclagem de Água e de Resíduos Orgânicos”, a Ecotelhado entrou no rol de casos de estudo denominados “Iniciativa do Setor Privado” e serve como modelo a todo o planeta.
O programa é um banco de dados online, que compartilha cerca de cem exemplos do setor privado realizados em diferentes países, inclusive no Brasil. O objetivo é reunir países em um esforço conjunto para estabilizar as concentrações de gases do efeito estufa e promover boas práticas e o uso racional de recursos e ações, de modo rentável, para o enfrentamento e adaptação às mudanças climáticas, sendo realizadas por empresas privadas, em alguns momentos, em parceria com ONGs ou setor público, de diversos setores e regiões.
O case da Ecotelhado aprovado, também conhecido como Ecoesgoto, é um sistema que prioriza o reaproveitamento de água, economia de energia e tratamento dos efluentes, no qual todos resíduos orgânicos provenientes das descargas de patentes, dos restos de alimentos triturados, devem passar por um processo de purificação. É composto por uma estação de tratamento dos efluentes biológica, constituída por um filtro projetado, reduzindo processos naturais, como, por exemplo, a coleta de lixo. O sistema pode ser inserido em empresas, prédios ou residências.
“O sistema é uma técnica de infraestrutura verde urbana, que nos permitiu mostrar que é possível haver desenvolvimento e empreendedorismo sustentável”, afirmar o engenheiro agrônomo e o diretor da Ecotelhado, João Manuel Feijó.
A empresa integra a lista da ONU, que já possui algumas grandes empresas brasileiras, como Allianz Seguros, Basf e HSBC. Além do Ecoesgosto, a Ecotelhado tem desenvolvido centenas de projetos para telhados verdes, jardins verticais, hortais, infraestrutura verde, entre outros.
Sobre o Ecoesgoto
É constituído de uma única câmara que varia de tamanho de acordo com o projeto e o volume de efluente a ser tratado. Pode ser subterrânea ou aérea, sendo que sempre deve ser acompanhada de elementos paisagísticos. Os efluentes entram pela parte superior, podendo haver uma abertura com tampa para o lixo orgânico.
O filtro é composto de camadas sucessivas que asseguram presença de oxigênio, promovem retenção de matéria orgânica, e criam habitat para a fauna do filtro. Ele retém a matéria orgânica que será digerida pelas minhocas, garantindo a permeabilidade do sistema. Na parte inferior da câmara é colocado um piso elevado que separa a matéria orgânica da água.
Depois de passar pelo vermifiltro, o efluente pré-tratado é lançado para o banhado construído, onde a parte superior fica seca, sem perigo de proliferação de mosquitos. O sistema laminar elimina o uso de brita ou areia e garante maior área de contato entre as raízes das plantas. As raízes tem papel de abrigar microrganismos e fornecerem oxigênio no sistema, garantindo uma digestão aeróbica sem cheiro. O sistema laminar é também um reservatório de água que pode ser reutilizada para fins não potáveis.