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BRUNO RIBEIRO
Com um tempo de 22 minutos e 22 segundos, o helicóptero se mostrou o meio de transporte mais rápido da cidade de São Paulo. Mas a vantagem é de apenas dois minutos em relação à bicicleta, que ficou em segundo lugar. O teste ocorreu nesta quinta-feira, na 7.ª edição do Desafio Intermodal, evento que se propõe a discutir as alternativas de transportes da cidade e antecede o Dia Mundial Sem Carro, no dia 22.
O carro fez o mesmo percurso em 1h41 e perdeu para quase tudo: patins, skate, ônibus, trens e metrôs e para o corredor. Venceu só um dos competidores, que foi caminhando. Mas foi quase: um minuto de vantagem.
Como nos anos anteriores, o desafio teve largada na Praça Gentil Falcão, na Avenida Engenheiro Luís Carlos Berrini, na zona sul, e chegada na sede da Prefeitura, no Viaduto do Chá, região central, numa distância de 14 quilômetros. Competiram 14 modalidades.
O competidor do helicóptero foi o âncora Marcos Lauro, da Rádio Eldorado, do Grupo Estado. Logo depois de cruzar a chegada, ele disse que esperava não conseguir realizar o voo, com receio de não haver teto para a decolagem. “Foi tudo tranquilo. Tinha expectativa de não voar, mas chegamos aqui, contando elevador, escada rolante e autorização para voo, em 22 minutos.”
Além de helicóptero e bicicleta, teve competidor que cruzou o percurso de carro, de ônibus, de handbike (uma bicicleta pedalada com as mãos) e combinações de transporte público, como ônibus e metrô, ônibus e trem, e até bicicleta dobrável e ônibus.
Em um dia como esta quinta, em que a cidade registrou, segundo a Companhia de Engenharia de Tráfego (CET), 175 quilômetros de congestionamento, até os patins se mostraram alternativa mais rápida do que o transporte público. O competidor com patins fez o percurso em 31 minutos e 4 segundos, enquanto quem usou trem e ônibus demorou 1h06.
O quarto colocado só andou sobre trilhos. O competidor Rodrigo Vicente, que usou trens da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM) e metrô, chegou apenas 4 segundos atrás dos patins. “O difícil foi a lotação. Tive dificuldade para entrar nos trens e em todos os momentos me senti esmagado.”
A saída da Berrini ocorreu pontualmente às 18 horas. O último competidor chegou às 19h42. Ele estava a pé. O jornalista Flávio Gomes, da Estadão/ESPN, de carro, só conseguiu ultrapassar o rapaz que caminhava. Ele chegou às 19h41 e perdeu até para quem correu, que chegou às 19h07. “É um trânsito pesado e você não tem como fugir de certos corredores, como 9 de Julho e Faria Lima. Fora isso, perdi 20 minutos só para fazer o contorno da 9 de julho para a Prefeitura”, disse Gomes. O competidor da moto ficou em terceiro, com 26 minutos e 20 segundos. Neste ano o desafio teve apoio da Rádio Estadão/ESPN.