No fim de uma semana em que se falou tanto de meio ambiente, o JN fez um teste. O brasileiro está preparado para fazer a reciclagem? A equipe de reportagem foi às ruas de São Paulo verificar.
O cenário é o Largo 13, ponto movimentado da Zona Sul de São Paulo. Em um local, há uma caçamba para lixo eletrônico, onde as pessoas podem depositar celular, bateria e computador. Dentro, só não tem eletrônico. Tem água de coco, resto de comida, maço de cigarro e até bilhete da megasena. Perto dali, a reportagem instalou duas lixeiras: verde para lixo reciclável, cinza para não reciclável.
Na cidade onde só há lixeiras comuns e poucos pontos de coleta seletiva, elas chamam a atenção. Uma especialista em reciclagem assiste às imagens. Tem gente que acerta, mas uma mulher joga o maço de cigarro na lixeira não reciclável. Ele cai no chão e ela vai embora. Cascas de fruta vão parar no lixo reciclável. Comida é material orgânico, deve ir para o lixo não reciclável. O copo plástico e o guardanapo usado vão para a mesma lixeira.
“O guardanapo deveria ir para o lixo orgânico, porque ele já está engordurado”, esclarece Delaine Romano, do Fórum do Lixo de São Paulo. “O que não é reciclável: é o que a gente não quer. O que é sujo, guardanapo, as fraldas descartáveis. E o reciclável são as garrafas, as latas, o papel, papelão.”
A reportagem levou as lixeiras para uma cooperativa de reciclagem. E, quando foi aberta...
“O copinho de refrigerante que veio cheio e todo líquido esvazia em cima do material reciclável. E contamina”, alerta Delaine.
O descarte incorreto atrapalha o trabalho dos funcionários da cooperativa, que perdem tempo selecionando um material que não vai ser reaproveitado.
“O que falta são campanhas de educação ambiental, informações ao munícipe, que ele saiba o que ele tem que descartar em cada lixeira. Vai mudar muito o comportamento do brasileiro de um modo geral”, conclui Delaine.