Terreno cedido pela CSN está contaminado com substâncias cancerígenas no Rio
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Terreno cedido pela CSN está contaminado com substâncias cancerígenas no Rio



04/04/2013 - 14h57

Terreno cedido pela CSN está contaminado com substâncias cancerígenas no Rio

http://www1.folha.uol.com.br/cotidiano/1257208-terreno-cedido-pela-csn-esta-contaminado-com-substancias-cancerigenas-no-rio.shtml

DIANA BRITO
DO RIO

Atualizado às 17h15.
Um terreno cedido pela CSN (Companhia Siderúrgica Nacional) para a construção de casas de funcionários, em Volta Redonda, está contaminado com substâncias cancerígenas, de acordo com a Secretaria de Estado do Meio Ambiente do Rio de Janeiro.
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O local fica na região sul-fluminense do Rio, a cerca de 200 metros do rio Paraiba do Sul. As informações foram divulgadas nesta quinta-feira (4) pela secretaria após obter resultado de análise do solo feita pelo Inea (Instituto Estadual do Ambiente).
De acordo com o Inea, ficou comprovado, por meio da análise do solo, que cerca de 750 pessoas que moram em 200 casas na região estão expostas a substâncias perigosas ao organismo, como metais pesados (cádmio e cromo total) e ascarel, substância cancerígena.

Gráfico da área contaminada por material tóxico em Volta Redonda (RJ)

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Reprodução Inea
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Gráfico da área contaminada por material tóxico em Volta Redonda (RJ)
O número de moradores que tem contato com essas substâncias pode ser ainda maior porque há 2.257 moradores no condomínio Volta Grande 4, que fica junto ao terreno cedido pela CSN.
Segundo a secretaria, Volta Grande 4 tem 255 mil m², enquanto a área onde foi identificado o maior grau de infectação tem 10 mil m², o que equivale a um hectare.
O secretário de Meio Ambiente, Carlos Minc, disse que as análises do Inea mostram que o terreno apresenta contaminação em nível intolerável à saúde das pessoas que moram ali. Ele disse ainda que a CSN pode ser multada em até R$ 50 milhões, mas que esse valor será confirmado apenas na segunda-feira (8), após uma reunião com diretores do Inea.
Segundo a CSN, a empresa já realizou, sob supervisão dos órgãos ambientais, "mais de cinco amplos estudos nos últimos 13 anos a respeito do Bairro Volta Grande IV e nenhum deles apontou perigo ou risco iminente à saúde dos moradores."
A siderúrgica disse ainda desconhecer o conteúdo do laudo divulgado hoje pela Secretaria do Meio Ambiente do Rio e não fez comentários sobre a possível multa.
COQUETEL DE LIXO QUÍMICO
"Talvez seja o assunto mais espinhoso dos últimos anos. Tem um monte de gente morando em cima de um coquetel de lixo químico. A gente não tem certeza se eles [moradores da região] estão doentes ou não", disse Minc.
A secretaria divulgou que já notificou o Ministério Público Estadual e a 3ª Vara Cível da Comarca de Volta Redonda sobre a situação. O secretário disse que também cobrou da CSN a remoção do lixo siderúrgico enterrado irregularmente no local, a indenização e a análise clínica dos moradores.
As investigações sobre a contaminação do solo na área surgiu após uma denúncia do Ministério Público Estadual há cerca de um ano. A CSN contratou uma empresa particular, a Nickol do Brasil, para fazer uma análise do solo. O estudo, que ficou pronto em outubro do ano passado, "amenizava" os riscos de contaminação, segundo Minc.
Entretanto, a primeira parte da análise feita pelo Inea revelou que substâncias enterradas sem proteção trazem um "risco alto" para os moradores da região.
A Secretaria do Meio Ambiente disse ter informado ontem (3) o governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral, e a Secretaria de Estado da Saúde para fazer exames e para saber se as pessoas que moram na área estão de fato contaminadas.
As pessoas podem se contaminar com os materiais tóxicos por meio da água, frutas e outros alimentos ingeridos. O secretário do Meio Ambiente informou que há plantações de acerola, laranja e coco para consumo dos moradores no terreno contaminado.
Segundo a Secretaria de Meio Ambiente, a CSN foi privatizada em 1993. Em 1998, a empresa doou para o Sindicato dos Metalúrgicos o terreno contaminado. "Doação exclusiva para a construção de casas", afirmou Minc.
O Estado não soube informar, no entanto, quando o material irregular foi depositado no local. "A gente acredita que foi entre 93 e 98 ou antes de 93", disse o secretário.



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