A tecnologia é essencial para melhorar a eficiência da agricultura brasileira. A partir de sistemas mais modernos é possível plantar em tempo recorde e ainda utilizar menos terra. Esse desenvolvimento é uma alternativa aos produtores que buscam aumentar a produção.
O produtor Darci Ferrarin, entrevistado pelo Globo Rural, explicou que para chegar ao modelo de agricultura aplicado hoje no Brasil foi necessário o uso do maquinário correto, das sementes ideais e também o estudo de estratégias de plantio que tornassem o processo cada vez mais eficiente.
O exemplo citado por ele é o da soja, que há 40 anos demorava seis meses desde o plantio até que chegasse o dia da colheita. Hoje existem diferentes tipos de sementes e também de sistemas. Com a soja precoce, por exemplo, são necessários apenas cem dias para a produção. A soja mediana leva de 115 a 120 dias e a semente que tem o ciclo mais demorado precisa de 140 dias.
Com o uso dessas sementes é possível aproveitar melhor a temporada de chuvas. Com a soja precoce o plantio começa em setembro e após a colheita ainda é possível plantar algodão. A semente mediana permite o plantio de milho na sequência e a soja longa deixa um vão para que se plante feijão. Esta pluralidade no uso do solo permite que o produtor lucre por mais tempo, através das diferentes culturas.
Além do uso agrícola, o mesmo solo em que as culturas foram desenvolvidas pode servir para alimentar gado. Após os grãos serem retirados a área se transforma em pastagem. Ferrarin engorda mais de quatro mil cabeças de gado em sua fazenda.
O ciclo completo de produção não gera apenas benefícios econômicos, ele também é positivo por reduzir os danos causados ao meio ambiente. A palha, que cobre constantemente o solo, absorve mais água e assim menos resíduos chegam aos cursos d’água. Em consequência é possível baratear os custos da produção e o valor dos alimentos ao chegarem ao consumidor final.
O pesquisador Carlos Cerri, professor da Escola superior de Agricultura Luis de Queiroz, explicou que o plantio direto, como o aplicado na propriedade de Ferrarin, reduz as emissões de gases de efeito estufa. Além disso, a palha que permanece no solo ajuda a sequestrar carbono. O impacto de toda a produção nacional neste formato é bastante importante para o combate ao aquecimento global, pois a estimativa é de que ela represente, anualmente, o sequestro de 17 milhões de toneladas de carbono, compensando as emissões de outras áreas e até mesmo da agricultura tradicional. Com informações do Globo Rural.
Redação CicloVivo
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