O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) apoia o uso da agricultura irrigada. Além de gerar renda ao produtor, o uso racional da água destinada à irrigação ajuda na preservação do meio ambiente, o que torna a técnica sustentável e rentável. Por meio de políticas de fomento à técnica, já conhecida por agricultores, e linhas de crédito específicas, como o Programa de Incentivo à Irrigação e à Armazenagem (Moderinfra), o ministério incentiva o uso da irrigação nas pequenas, médias e grandes propriedades agrícolas.
Na atual safra, o Moderinfra está ofertando ao produtor R$ 1 bilhão em recursos para adesão ao programa. O financiamento com juros anuais de 6,75% permite pagamento em até 12 anos. Com o fomento do governo federal ao uso da agricultura irrigada, o produtor pode se preparar melhor para enfrentar os fenômenos climáticos que vêm afetando o setor agropecuário, não apenas no semi-árido, mas em outras regiões do país, onde a irrigação é necessária. Como complemento à prática, também deve ser incluída a drenagem agrícola nos projetos de irrigação, devido à importância no controle do excesso de água e na redução do processo de salinização das terras sob irrigação.
Outra importante contribuição do Ministério da Agricultura, que trata diretamente da utilização racional dos recursos hídricos, diz respeito ao zoneamento agroclimático, além de estudos voltados para o melhor aproveitamento das águas das chuvas. O trabalho, realizado em parceria com a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) e o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), informa aos produtores rurais sobre a adequação de cultivares melhoradas, características de solo e clima em áreas de produção.
Prática - Produtores rurais de Cristalina, no sudeste de Goiás, estão investindo no aproveitamento de recursos hídricos para aumentar a produtividade, com a
preservação do meio ambiente. Hoje, o município dispõe de 45 mil ha de lavouras irrigadas. O uso de água de forma sustentável pelos agricultores locais é considerado exemplo no Brasil e na América Latina.
“Queremos conscientizar os produtores da região sobre o uso da água das chuvas em barragens”, diz o produtor rural Luiz Figueiredo. O agricultor pertence ao grupo que está mudando o perfil do município goiano, a partir da irrigação. A terra úmida e fértil da região favorece o cultivo de produtos como café, feijão, milho, batata, cebola, alho, tomate, trigo, soja, cevada, abóbora, ervilha e algodão. Hoje, o município produz 2,7 milhões de toneladas de alimentos por ano.
O produtor Verni Wehrmann também investiu nos sistemas de irrigação dos 2,3 mil ha da propriedade, localizada no interior de Goiás, para a produção de alho, batata, cenoura e cebola. Com mais de dois mil empregados na fazenda, ele ressalta que o sistema de irrigação permite melhor controle de pragas e doenças, resultando no menor uso de agrotóxicos e em maior qualidade nos alimentos. “Os produtores daqui têm a consciência de que a sustentabilidade também vem da irrigação. Armazenamos água na época das chuvas e usamos para irrigação nos períodos de seca”, ensina.