Aécio com Marina: a ex-senadora saiu na frente na questão de desfraldar a bandeira contra o “chavismo” do governo lulopetista (Foto: George Gianni)
Há muitas análises a se fazer a partir da aliança já em curso entre a ex-senadora Marina Silva, titular de 20 milhões de votos nas eleições de 2010, e o presidente do PSB e governador de Pernambuco, Eduardo Campos.
A primeira delas — e muitas outras se seguirão — é a constatação, já feita neste blog, de algo óbvio: juntos, os dois constituem uma chapa forte para a disputa presidencial do ano que vem.
Aparentemente, Marina será a vice de Campos, mas, se continuar muito à frente do governador nas pesquisas de opinião pública nos próximos meses, é muito provável que as posições na chapa se invertam.
Há, porém, algo nessa aliança de duas correntes muito diferentes que a mim chamou mais a atenção do que tudo o mais: as declarações atribuídas a Marina segundo as quais seu objetivo político principal não é nem chegar ao Planalto, mas combater e derrotar “o chavismo que se instalou no Brasil”.
Em poucas palavras, Marina colocou na marca do pênalti o que, no meu modesto entender, deveria ser o tema central das oposições durante a campanha: o combate à preocupante pretensão de hegemonia do lulopetismo, cujo ponto máximo de ousadia — no caso, criminosa — foi a tentativa de golpe de Estado branco que significou o escândalo do mensalão, ou a pretensão de dominar o Legislativo mediante a compra, com dinheiro sujo, de apoio político.
Sobre as diversas vertentes da pretensão hegemônia do lulopetismo, escrevi várias vezes neste blog, principalmente o texto, ao qual remeto os leitores, “Mensalão: chega de LUTO diante da decisão do Supremo. Vamos trocá-lo pela LUTA para tirar o lulopetismo do poder com o VOTO. Eis 20 razões para votar contra o PT em 2014″.
Pois bem: a hegemonia a que me referi e me refiro é o equivalente tupiniquim do chavismo que liquefez as instituições na Venezuela e colocou o país nas mãos de uma súcia de tiranos que não presta contas a nada nem a ninguém.
Ao falar em “chavismo”, Marina insinua que esta poderá ser esta sua principal bandeira — bandeira que o PSDB, com o presidenciável Aécio Neves, está demorando a hastear, ou a incluir nos principais alvos de sua linha de tiro.
Para Aécio, a aliança Marina-Campos é uma má notícia, pois a diminuição do número de candidatos de oposição no primeiro turno favorece à candidata que tem a seu lado a gigantesca máquina do governo e da aliança esquerda-centro-direita-fisiológicos-aparelho do Estado-mídia alugada — Dilma Rousseff.
Posso estar enganado, mas quem melhor encarnar a luta contra a hegemonia chavista do petismo na campanha de 2014 mais chances terá de derrotar Dilma.
Por ora, Marina arrebatou uma causa política que Aécio já deveria ter tomado como sua.