Arpa financia primeira bioconstrução de base administrativa de UC no Amapá
fonte: http://www.site.funbio.org.br/teste/Not%C3%ADcias/ProjetosApoiados/Arpafinancia1%C2%AAbioconstru%C3%A7%C3%A3odebasedeUCnoAP.aspx
Construída com recursos do ARPA - Programa Áreas Protegidas da Amazônia, a base administrativa da Reserva Biológica do Lago Piratuba, localizada na cidade de Cutias do Araguari (AP), foi inaugurada no dia 14 de julho. A base, construída a partir dos conceitos da arquitetura bioclimática e permacultura, é a primeira bioconstrução do Amapá e uma referência de utilização de tecnologias sustentáveis.
O Funbio trabalha desde 2007 nos processos de compras e contratações, para possibilitar a realização desta obra. O ideal da uma bioconstrução vem da gestora da Rebio, Patrícia Pinha. O projeto foi feito pelo arquiteto Henrique Pinheiro, mas foi a também arquiteta, Cecília Prompt que tocou a obra e foi oito vezes ao Lago Piratuba realizar eventos de capacitação da mão de obra e dos moradores do entorno da unidade. A construção teve início em setembro de 2010 e foi finalizada no mês de julho.
A base administrativa da Rebio possui sistema de saneamento ecológico com sanitário seco que armazena os resíduos e os reutiliza para compostagem. A água usada nos banhos e nas torneiras é canalizada para uma fossa impermeável de bananeira. A planta absorve toda a água direcionada para a caixa e evita a contaminação do rio e do solo. As paredes foram erguidas com terra ensacada, painéis de serragem e cimento e reboco natural, toda a madeira utilizada é certificada. A base também conta com uma cisterna construída com ferragens tela e terra, que armazena 20 mil litros de água da chuva. Para efeito de comparação, a cisterna do município de Cutias do Araguari armazena 30 mil litros.
Base administrativa da Rebio do Lago Piratuba Sanitário seco da base administrativa
Além das técnicas sustentáveis adotadas na base, durante a construção da obra, foram respeitados critérios que garantiram a sustentabilidade da edificação, tais como: qualidade na execução, de modo a garantir a durabilidade da edificação; uso de materiais locais ou o mais próximo possível do local da construção (do ponto de vista geográfico) de modo a reduzir emissões por transporte de materiais; licenciamento ambiental dos materiais extraídos da natureza; máximo reaproveitamento de material e mínima geração de resíduo (entulho).
Foto: Maria Bernadette Lameira
Uma reserva biológica, segundo o Sistema Nacional de Unidades de Conservação (SNUC), é uma área de proteção integral sem interferência humana direta, exceto para medidas de manejo necessárias. A Rebio do Lago Piratuba abrange uma área 392.000 hectares localizada no extremo leste do estado do Amapá, formada por extensos campos inundáveis, um sistema de largos, estreita faixa de floresta de várzea acompanhando o rio Araguari e manguezais ao longo da costa.
Antes da construção, a única opção para a equipe de gestão da reserva era sair da capital Macapá e seguir o rio Araguari até um posto no meio da floresta, viagem que leva até 14 horas de barco. Agora a base administrativa fica na em Cutias do Araguari no principal ponto de acesso a reserva, onde é possível chegar de carro. A construção vai abrigar a equipe e além de sua função rotineira na gestão da Rebio, será utilizada para o desenvolvimento de atividades de visitação educacional.
“Essa construção é toda inovadora, o trabalho foi muito satisfatório”, contou Maria Bernadette da Silva Lameira, funcionária do Funbio responsável pelas contratações e compras dessa construção. Maria acompanhou desde a preparação do Termo de Referência para a primeira contratação até a inauguração da construção. Além do Funbio, da equipe da obra e da gestão da unidade, representantes do BNDES e do ICMBio participaram da cerimônia de inauguração e do passeio pela reserva, realizado no dia seguinte, 15 de julho.
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