Rodrigo Brancatelli/REPORTAGEM. Eduardo Asta e Filipe Campos/INFOGRAFIA
São Paulo, a maior cidade do Hemisfério Sul e a mais rica da América Latina, tem hoje 994.926 famílias vivendo em situação de risco, em áreas precárias ou em terrenos irregulares. É um número absurdo para uma cidade tão rica - são entre 3 e 4 milhões de pessoas, uma população muito maior do que a de Salvador, Belo Horizonte ou Brasília. Isso significa que um terço dos paulistanos tem residência atualmente em favelas, loteamentos irregulares, cortiços, conjuntos irregulares e outros assentamentos que desafiam a política habitacional da capital.
Os números podem parecer frios, indiferentes, mas, na realidade, acabam movimentando uma teia de inseguranças e muitos problemas. Desde o surgimento dos primeiros barracos, a relação da sociedade com as favelas foi controversa e mal resolvida.
Nos últimos anos, as ocupações se adensaram, barracos ganharam andares, áreas verdes foram ocupadas, mananciais foram invadidos, e mais pessoas foram empurradas para as submoradias. Para se ter ideia, 60% das favelas ocupam terrenos que seriam destinados a praças e parques públicos.
Ao mesmo tempo, locais antes vulneráveis estão sendo urbanizados, terrenos foram regularizados e outras ações voltadas para a habitação popular mostraram que há soluções possíveis para um problema que se arrasta na capital paulista desde a década de 1940.
Com a ajuda de especialistas, o Estado listou todas as ações da Prefeitura, o que deveria ser feito e os principais entraves. O maior obstáculo, no entanto, é sempre o mesmo - seriam necessários cerca de R$ 58 bilhões ao longo dos próximos 14 anos para zerar o déficit habitacional.
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