Extensões temporárias de calçada promovem o uso do espaço público de forma democrática, permitindo à comunidade construir seu próprio espaço de convívio, resgatando as narrativas locais, melhorando a paisagem urbana e transformando espaços em lugares melhores para se viver e conviver
Qual paulistano não gostaria de caminhar pelas calçadas e se deparar com espaços públicos onde possa sentar, descansar e conversar com os amigos? O Parklet é uma intervenção urbana temporária, que discute o espaço público e uso do solo de forma democrática.
A possibilidade de influenciar a qualidade de vida das pessoas, por meio da melhoria da infraestrutura urbana, através de diagnóstico das carências de espaços públicos presentes na cidade e na identificação de potencialidades, integram um importante fator de mudança para reformulação das políticas públicas de ocupação dos espaços urbanos.
Não basta projetar uma praça ou um parque. É preciso entender a dinâmica de cidade que se deseja e a vida das pessoas no seu dia a dia. Os espaços públicos devem refletir as necessidades e os anseios dos seus usuários, para só assim serem realmente utilizados.
Enquanto o carro passa a maior parte do dia estacionado, o espaço por ele ocupado pode ser usado de forma qualitativa por pedestres e ciclistas. Para mudar esse paradigma é preciso pensar formas alternativas de uso do espaço público. Uma reflexão que começa na escala da própria rua, melhorando a convivência entre todos. Trata-se de uma reivindicação da rua como o primeiro espaço público da cidade, que busca o desenvolvimento de espaços de convivência nas ruas, que possam proporcionar aos cidadãos maior interação social e com sua comunidade.
A iniciativa da Prefeitura de São Paulo com a regulamentação da implantação dos parklets busca humanizar e democratizar o uso da rua, tornando-a mais atrativa e convidativa, provocando uma reflexão sobre a cidade para as pessoas.
Trata-se de uma ampliação temporária do passeio público, realizada por meio da implantação de plataforma sobre a área antes ocupada por automóveis na via pública, equipada com bancos, floreiras, mesas e cadeiras, guarda-sóis, aparelhos de exercícios físicos, paraciclos ou outros elementos de mobiliário, com função de recreação ou de manifestações artísticas.
Ao mesmo tempo que restringem o estacionamento dos carros, os parklets permite o uso do espaço de forma democrática, permitindo à comunidade construir seu próprio espaço de convívio, resgatando as narrativas locais, melhorando a paisagem urbana e transformando espaços em lugares melhores para se viver e conviver.
No Brasil o conceito de parklet surgiu em São Paulo, em 2012. A primeira implantação aconteceu no ano seguinte, liderada por um grupo composto por arquitetos, designers e ONGs. A boa avaliação da população permitiu à Prefeitura de São Paulo transformar a idéia original em política pública de ocupação dos espaços públicos da cidade, revertendo áreas originalmente destinadas aos automóveis para as pessoas. A intenção é de que os primeiros parklets sejam instalados ainda no primeiro semestre de 2014.