As jovens da Lua Nova são mães poderosas. Deixaram para trás histórias marcadas por caminhos tortuosos e difíceis. E ousaram construir, através de seus filhos, novas relações que esquentam, que aquecem, que transformam.
Falar de maternidade na Lua Nova é falar de histórias de dor, amor, força e conquista.
São mães que foram obrigadas a se reorganizar e a restabelecer seus laços concebendo uma nova vida, inicialmente não desejada, mas que, aos poucos, deu a elas aquilo que buscavam e não encontraram em suas histórias anteriores.
São mães que, com a dor, passaram a descobrir o amor de poder ser amadas, de poder sentir, de poder pensar em futuro, de saber que há realmente alguém para caminhar ao lado.
As histórias de algumas delas demonstra o quanto elas são grandes :
“…Dos 8 até os 18 anos, morei no orfanato. Queria ter a minha casa e minha família. Conheci um homem. Foi uma ilusão perfeita na minha vida. Casei com ele. Depois que engravidei, o açúcar do casamento amargou totalmente. Começou muita briga. Houve vezes em que tentei me matar. Sempre alguém me salvava. No fundo do meu coração, busquei força em meu filho querido…”
“…Estava traumatizada por um estupro que sofri com nove anos, por um dos meus tios. Sofri demais com meu pai. Fugi de casa e comecei a usar drogas, ficar com mulheres. Fui morar na rua. Me mandaram para um abrigo. Fugi. Minha querida mãe me embebedou, me drogou e pôs um cara, para quem ela devia, para ter relação comigo sem eu sentir nada. Descobri que estava grávida. Agora estou aqui com minha filha nos braços, lutando para amar ela e morrendo de ódio do pai dela e da minha mãe. Sou feliz com minha filha…”
“…Quando minha filha nasceu, foi a minha maior alegria. Meu filho Cláudio morreu quando eu estava de três meses. Perdi por causa de droga. Sofro muito porque não vejo ele presente. Esta menina é minha filha. Sem ela eu não vivo, pois a minha maior alegria é ela. Eu amo minha filha, Clara. Esta criança, minha filha, é a razão de meu viver….”
“…Fazia aviãozinho na favela para comer e alimentar meus irmãos, passei a traficante. Logo depois eu fui presa. Me prostituí durante sete anos, fui espancada, humilhada. Eu tinha de sustentar uma mãe e mais três crianças. Depois me tornei usuária de crack, perdi minha personalidade, meu caráter. Ao passar do tempo, eu não dava amor para os meus três filhos. Me denunciaram para o conselho, e eles invadiram a minha casa e levaram o meu bebê e a minha filha…”
“…Ser mãe é tudo, é dar o máximo de si. A felicidade de ser mãe é tudo. Por mais que estejamos enfrentando o maior problemão, ou seja, o maior gigante de sua vida, tudo muda…”
“…Fui para um abrigo, me sentia sozinha. Só tinha que trabalhar, não tinha carinho. Minha gravidez foi triste, eu estava mamada de cerveja e aí ele falava que a filha não era dele. Quando ganhei minha filha, tive várias dificuldades, pois não tinha como pensar em ser mãe. Só que passei a saber cuidar dela, quando comecei a pegar carinho…”
Para todas elas, ser mãe exige um processo de desconstrução e reconstrução de padrões, valores, preconceitos, comportamentos e, principalmente, sentimentos.
Cada filho passa a ser a realidade que faz concreta uma nova história, a qual nunca poderá ser anulada.
Ter alguém que realmente as ama é o que as faz, quase que magicamente, não abandonar a vida e, pelo contrário, batalhar em busca de felicidade, de entendimento do que pode ser uma relação.
Buscam mudar seus hábitos, mudar sua referência, transformar o ódio em amor.
“…Eu mudei porque tive vontade para poder cuidar muito bem da minha filha. Foi muito difícil mudar e hoje sou uma boa mãe. Eu não estava acostumada com coisas boas como carinho, higiene, e aos poucos, com a ajuda da Lua Nova, fui me acostumando. Quero viver com minha filha, na minha casa. Eu não quero que minha filha tenha a vida que eu tive, ela merece uma vida muito melhor. Eu gosto de ser mãe…”
“…para mim, hoje, ser mãe é dar carinho e amor, dar refeição na hora certa, isso é importante para a criança. Brincar, corrigir na hora que faz a coisa errada e olhar olho pra olho. Mudei muito com meu filho. Meu filho era uma criança muito revoltada e hoje ele me obedece muito, eu e ele brincamos muito. Ele não faz coisa errada, é uma criança muito carinhosa…”
Nós, diante de tanta grandeza e tanta força, aprendemos a respeitá-las e a admirá-las.
Feliz Dia das Mães!