São Paulo – A Comissão Europeia (CE) anunciou nesta segunda-feira que adotará novas normas de segurança para a indústria de fumo e tabaco. Os fabricantes deverão adaptar seus produtos para que todos os cigarros comercializados nos países da União Europeia (UE) apaguem sozinhos quando não fumados de forma ativa.
O objetivo da nova regra é um só: reduzir pela metade o risco de incêndios causados por cigarros acesos, muitas vezes abandonados ou esquecidos por fumantes em lugares inapropriados.
Os produtos passarão a contar com dois anéis de papel com maior espessura em dois pontos do comprimento do cigarro, o que resultará na menor capacidade de propensão de ignição, ou seja, fará com que o produto apague sozinho e não queime até o filtro.
“Quando o cigarro é abandonado aceso, o tabaco em combustão deverá se extinguir ao atingir um dos anéis mais espessos, o que irá restringir o fornecimento de oxigênio, interrompendo assim a queima do fumo e do papel”, explica o comunicado da CE.
Os cigarros com propensão de ignição reduzida têm um tempo de combustão menor, diminuindo assim a possibilidade de que o fogo do produto queime alguma mobília, roupa de cama ou quaisquer outros materiais.
A mudança entra em vigor nesta quinta-feira, quando sairá no diário oficial da CE. Caberá aos fabricantes de cigarros adaptarem os produtos, que serão fiscalizados por cada país do bloco econômico. Esta medida de proteção já existe nos Estados Unidos, no Canadá e na Austrália.
Na Europa, a Finlândia foi a primeira nação a adotá-la em abril deste ano. A experiência mostrou que os casos de incêndio ocasionados por cigarros acesos diminuíram em 43%.
“Não existem cigarros seguros e, obviamente, o recomendável é não fumar. No entanto, se as pessoas optam por utilizar o produto, elas poderão se sentir mais protegidas, já que o fumo com propensão menor de ignição irá proteger os cidadãos contra o risco de incêndio”, declarou John Dali, comissário da UE para a Saúde e os Consumidores.
Em toda a União Europeia, os acidentes relacionados aos cigarros acesos causam mais de 30 mil incêndios por ano, o que resulta em 1 mil mortos e mais de 4 mil feridos. Na avaliação da CE, a experiência na Finlândia mostrou que, com as novas normas, cerca de 500 vidas serão salvas todo ano na região.