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Sob a temática de Resíduos Sólidos, integrantes da sociedade civil, entidades e associações ligadas à área ambiental, discutiram o melhor destino para o lixo, ontem, durante a etapa final da Conferência Regional do Meio Ambiente – Alto Tietê Cabeceiras, na Câmara Municipal de Mogi das Cruzes. Os ambientalistas defendem que, assim como prevê a Política Nacional de Resíduos Sólidos, por meio da lei 12.305/2010, antes de se pensar em incineração ou nos tradicionais aterros sanitários, é preciso levar em consideração os 3 Rs da sustentabilidade: reduzir, reutilizar e reciclar o lixo, além de tratar o material previamente à destinação final.
“É importante levar em consideração que antes de se pensar onde colocar o lixo, se num aterro ou em uma usina de incineração, ambos prejudiciais ao meio ambiente, é preciso diminuir a geração de resíduos”, diz a bióloga Nadja Soares, presidente da Organização Não-Governamental Bio-Bras, com sede em Mogi, mas com forte atuação na Região do Alto Tietê e uma das organizadoras da Conferência Regional. Além da Bio-Bras, estiveram à frente do evento o Instituto Cultural e Ambiental do Alto Tietê (Icati), Instituto de Anemia Falciforme e Coletivo Voz.
As reuniões da Conferência Regional do Meio Ambiente aconteceram em Ferraz de Vasconcelos (3 de agosto), Biritiba Mirim (dia 7) e Arujá (dia 8). Na etapa mogiana, foram discutidos quatro eixos: educação ambiental, produção e consumo sustentável, impactos ambientais e emprego, trabalho e geração de renda. Segundo Nadja, a geração de renda por meio das cooperativas e a educação ambiental são os eixos que geram mais discussão. “Hoje [ontem], vamos tirar 20 propostas da Região, sendo cinco de cada eixo, que serão encaminhadas para a Conferência Estadual de Meio Ambiente, de 20 a 22 de setembro, em São Paulo.
O catador de materiais recicláveis Roberto Laureano da Rocha, presidente da Cooperativa de Reciclagem Unidos pelo Meio Ambiente (Cruma – Coleta Seletiva), de Poá, fundada há 17 anos, ressalta que outra forma perceptível de ampliar o lixo residencial é adquirir produtos revestidos com muitas embalagens. Essa situação está incluída nas discussões da chamada Logística Reversa (LR), em que os fabricantes de embalagens devem pensar no pós-consumo. “A preocupação da Logística Reversa é fazer com que esse material, sem condições de ser reutilizado, retorne ao seu ciclo produtivo ou para o de outra indústria como insumo. Isso evitará uma nova busca por recursos na natureza e permite um descarte ambientalmente correto”, explica Rocha, que se orgulha de ser catador. Ele deixa claro, porém, que o lixo e o seu destino final não são apenas uma responsabilidade das prefeituras, mas do cidadão, que também deve fazer a sua parte.
Durante o evento de ontem, que se estendeu até por volta das 19 horas, foram eleitos os 20 delegados que participarão da etapa estadual, no mês que vem, onde haverá novas discussões – incorporando as ações realizadas nos municípios – e a definição dos delegados para a etapa nacional, que acontecerá em Brasília, de 24 a 27 de outubro de 2013. (Maria Salas)