Um modelo matemático indicou que os municípios de Santos, Praia Grande e São Vicente — região metropolitana da Baixada Santista e Litoral Norte —, no Estado de São Paulo, seriam ideais para a instalação de uma usina de reaproveitamento energético de lixo. Esse modelo foi proposto no trabalho Modelagem matemática para localização ótima de usinas de incineração com recuperação energética de resíduos sólidos domiciliares, de Nadja Nara Lima Heiderich, realizada na Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq) da USP, em Piracicaba.
Estudo Incinera%C3%A7%C3%A3o Rent%C3%A1vel do Lixo Localização de cidades Paulistas viabiliza incineração rentável do lixoNesta pesquisa, realizada entre 2009 e 2011, a economista criou quatro cenários para determinar as cidades do litoral de São Paulo que seriam mais apropriadas para comportarincineração do lixo. Foram submetidos ao modelo 13 municípios, como Santos, Peruíbe, São Vicente, Praia Grande e Caraguatatuba, entre outros. A pesquisadora escolheu essa região metropolitana devido ao esgotamento da capacidade dos seus aterros sanitários.
Reaproveitamento
Inéditas no Brasil, as usinas de reaproveitamento utilizam a energia liberada pela queima do lixo para movimentar turbinas e produzir energia elétrica, o que implica num aproveitamento ótimo do resíduo gerado, e diminui seu volume em até 90% do inicial. Essa energia resultante poderia ser utilizada por indústrias vizinhas ou consumo doméstico. Os gases emitidos por esta queima são tratados, o que possibilita instalação das Unidades de Recuperação Energética (URE) inclusive em centros urbanos.
Santos mostrou-se a cidade com estrutura ótima para a implantação de uma URE, seguida por São Vicente e Praia Grande. As outras cidades avaliadas ou não possuíam aterros finais ou não compensavam a instalação por serem menos populosas. Um dos aspectos que mais surpreendeu Nadja foi o fato de as cidades envolvidas reciclarem algo em torno de 1% do seu lixo gerado, em detrimento aos 20% que é possível reciclar, geralmente.
Mesmo sendo essas tecnologias mais caras do que os aterros, Nadja afirma que é preciso acabar com essa mentalidade de “estocar o lixo” e propor soluções limpas e rentáveis para os resíduos sólidos.
+Info
Nadja Nara Lima Heiderich
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Com informações da Agência USP