Onça pintada Vagalume recebe prótese dentária – Divulgação
Pela primeira vez o genoma da onça pintada, um dos mamíferos mais ameaçados do planeta, será mapeado pela ciência. O animal escolhido para a pesquisa foi a onça Vagalume, um macho de 16 anos que desde filhote vive no Zoológico Municipal Quinzinho de Barros, de Sorocaba.
Pesquisadores de instituições brasileiras como a Universidade de São Paulo (USP), Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) de Minas Gerais, Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUC-RS), Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) e Instituto Pró-Carnívoros estão na cidade para elaborar o mapa genético do maior felino de nossa fauna.
A caracterização genética do animal, com base no estudo do DNA, ajudará a desvendar a natureza da onça e desenvolver estratégias que contribuirão para sua preservação. A onça Vagalume foi escolhida para o estudo por ser exemplar bem representativo da espécie. O animal chegou ao zoo com 45 dias de vida, na companhia de dois irmãos, após escapar do cerco de caçadores em Miranda, no Pantanal de Mato Grosso do Sul.
De acordo com o diretor do zoo, Rodrigo Teixeira, o mapa genético será útil em qualquer estudo que envolva a espécie, como a análise da estrutura populacional, ou até mesmo para definir a procedência geográfica de animais apreendidos.
Além de ceder material para a pesquisa genética, a onça de Sorocaba passou por um tratamento dentário que recompôs os dois caninos que o espécime havia perdido. Uma cirurgia delicada, com a onça anestesiada, envolveu ainda o tratamento do canal de um dos dentes.
Os dois caninos implantados foram feitos do mesmo material usado para implantes em pessoas. Com os novos caninos, a onça terá mais facilidade para se alimentar e ganhará qualidade de vida. Onze veterinários participam dos estudos e cuidados com o felino.