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Rio de Janeiro – A companhia Chevron decidiu suspender temporariamente a produção de petróleo no Campo de Frade, na Bacia de Campos, depois de descobrir um novo vazamento. A mancha de óleo foi avistada no dia 4, durante monitoramento regular feito por técnicos da companhia na mesma área onde ocorreu um vazamento em novembro do ano passado.
A informação foi dada hoje (15), em entrevista coletiva, no Rio de Janeiro, pelo diretor de Assuntos Corporativos da Chevron, Rafael Jaen.
Segundo ele, a decisão de suspender as atividades foi tomada por precaução e informada aos órgãos reguladores brasileiros. Foi instalado um sistema para captar as bolhas de óleo que estão vazando. A estimativa inicial, disse o diretor, é que tenham vazado 5 litros de óleo.
Rafael Jaen informou que o incidente não tem relação com o vazamento descoberto em novembro, a 3 quilômetros da mancha atual. A produção total diária da Chevron no Campo de Frade chega a 61,5 mil barris de petróleo.
* Edição: Vinicius Doria
** Publicado originalmente no site da Agência Brasil.
http://www1.folha.uol.com.br/mercado/1063574-prevencao-antivazamento-de-petroleo-e-fragil-no-pais.shtml
Com perspectiva de se tornar um dos maiores produtores mundiais de petróleo nos próximos dez anos, o Brasil não sabe quanto já vazou de líquido em seu território.
Órgãos responsáveis pelo controle ambiental como Ibama, ANP e Marinha, procurados pela Folha, disseram não ter registro histórico dos vazamentos.
Para agravar a situação, o país também investe pouco em pesquisas para encontrar novas tecnologias da prevenção de acidentes. Já para as áreas de exploração, produção e limpeza pós-vazamentos, os recursos são elevados.
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O Plano Nacional de Contingência, esperado desde o início da década, está pronto, mas ainda depende da aprovação de inúmeros ministérios e da presidente Dilma antes de ser implantado.
Enquanto isso, vazamentos continuam ocorrendo no país. O mais recente, no bloco explorado pela Chevron na bacia de Campos, deixou claro o quão pouco se conhece a respeito da exploração em águas profundas.
Quatro meses depois de um acidente que jogou ao mar 2.400 barris de petróleo, um novo vazamento surgiu a três quilômetros do local do primeiro acidente.
As causas ainda não são conhecidas e especialistas divergem se o segundo é consequência do primeiro.
Para Adriano Pires, diretor do Centro Brasileiro de Infraestrutura, o segundo vazamento mostrou mais uma vez como as autoridades brasileiras estão despreparadas para evitar acidentes.
"A culpa é tanto do governo quanto da Chevron. A indústria do petróleo é uma atividade de risco, tinha de fiscalizar para evitar esse segundo acidente", afirmou.
A ANP autuou a Chevron pelo segundo acidente, mas, passados quatro meses do primeiro, ainda não concluiu o processo administrativo contra a empresa. Sem concluir o processo, não se pode determinar o valor da multa.
"Faltam algumas vírgulas", disse a nova diretora-geral da agência, Magda Chambriard. A autarquia afirma que tem papel importante na prevenção de acidentes, fazendo auditorias regulares de segurança operacional nas plataformas e analisando a documentação, entre outras providências.
SEM PESQUISA
Um dado sintomático é revelado pela Finep (Financiadora de Estudos e Projetos), ligada ao Ministério da Ciência e Tecnologia.
Lá não existem propostas para estudos visando aumentar a prevenção de acidentes na indústria do petróleo.
Os esforços de pesquisa são no sentido de melhorar o desempenho da exploração e produção pelas empresas ou para limpeza pós-vazamento.
"Não houve tempo ainda de construirmos uma demanda específica para prevenção, mas qualquer projeto bem estruturado terá todo apoio para ser desenvolvido. É hora de o país começar a pensar nisso", disse o chefe do departamento da área de planejamento da Finep, Rogério Medeiros.
A Finep financiou em 2011 R$ 4 bilhões para estudos da cadeia de petróleo e quer aumentar esse valor para R$ 40 bilhões em poucos anos.