As Nações Unidas recomendam: o consumo de insetos e as florestas onde eles vivem são ferramentas de combate a fome.
Mundo Sustentável

As Nações Unidas recomendam: o consumo de insetos e as florestas onde eles vivem são ferramentas de combate a fome.


14/06/2013 - 12h55

Combater fome no Brasil com insetos é ideia extrema, dizem cientistas

DA DEUTSCH WELLE

http://www1.folha.uol.com.br/ambiente/2013/06/1295073-combater-fome-no-brasil-com-insetos-e-ideia-extrema-dizem-cientistas.shtml

As Nações Unidas recomendam: o consumo de insetos e as florestas onde eles vivem são ferramentas de combate a fome. O assunto está na pauta da Conferência da FAO, Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura, que começa neste sábado (15/06), em Roma.
Mas essa proposta esbarra em uma questão cultural e, no Brasil, a viabilidade é questionável. "O México vende gafanhotos em lata. Na China, tem churrasco de escorpião. Para nós (brasileiros) é difícil. Vai ser complicado. Vai demorar alguns anos", comenta a bióloga Waleska Bretas, da Univale, em Minas Gerais.
A mudança de padrão no Brasil ocorreria "só mesmo em caso de necessidade extrema ou costume", avalia Bretas. "Como em algumas populações indígenas da Amazônia, que já comem larvas de coqueiros e besouros", adiciona.
Existem, no entanto, outras maneiras de usar a floresta como aliada para alimentar a população, defende Yeda Maria Malheiros, pesquisadora da Embrapa há 35 anos no Paraná. "E estamos perto de uma revolução", afirma. A solução que o Brasil testa é integrar as matas e as áreas cultiváveis para produzir comida sem degradar o meio ambiente.

AGROFLORESTA
Para Yeda, a solução pode estar no programa Integração Lavoura-Pecuária-Floresta (ILPF), que incentiva produtores rurais a cultivar de forma sustentável na própria terra. A lei foi sancionada em abril deste ano e passa a valer a partir de novembro. A Embrapa vai fornecer toda a tecnologia para provar que a diversificação de culturas e o replantio de florestas podem melhorar a qualidade da produção rural e gerar lucros.
O programa quer, na verdade, manter a agricultura e evitar que a mata nativa se acabe - uma forma indireta de usar as florestas no combate a fome. Na visão da Embrapa, essa é a resposta do Brasil frente à crescente demanda mundial por alimentos.
Embora reconheça muitas vantagens no método, o engenheiro agrônomo Alexandre Sylvio acha difícil conciliar floresta e lavoura. "Isso seria mais viável para pequenas comunidades, aldeias. Não dá para sustentar São Paulo num sistema agroflorestal. O que é possível fazer é aumentar a produtividade sem desmatar mais. Já desmatamos o suficiente", pondera.
Outro problema na efetivação da agrofloresta seria a ausência de mão de obra rural. "Na década de 1950, tínhamos uma pessoa produzindo alimento para 20 pessoas. Hoje temos uma para 150. E na agrofloresta tudo tem que ser manual e você produz menos. Se você produz menos, o preço dispara", argumenta Alexandre.
Historicamente, floresta e agricultura no Brasil têm problemas de convivência. No Mato Grosso, maior produtor de grãos do país, parte da vegetação típica da região desapareceu. A paisagem foi modificada, a transformação foi nítida, mas gerou resultados econômicos para os agricultores. "O Cerrado suporta muita seca, tem frutas, bichos, só que em quantidade pequena. Como fonte de alimento, não atenderia a demanda que temos", explica Nery Ribas, diretor técnico da Aprosoja (Associação dos Produtores de Soja e Milho).
Restam 62% de Cerrado no Mato Grosso. A atividade agrícola estaria ocupando o mínimo de território, que também é dividido com os índios. "Qualquer expansão a partir de agora vai se dar em cima de área de pastagem, sem derrubar uma árvore sequer", prevê o diretor. O esquema de lavoura no Mato Grosso é por revezamento. Entre janeiro e fevereiro, planta-se o milho, que é colhido em meados julho. Em agosto, sobre a palha das espigas, vem a soja.
As safras seguem em volumes cada vez maiores, de acordo com a associação. Todos os anos, são cerca de 50 sacas de 60 quilos, ou seja, três toneladas por hectare, sendo que a soja já ocupa oito milhões de hectares no estado.

POTENCIAL BRASILEIRO
Pelas contas da União, o Brasil tem hoje 500 milhões de hectares de florestas, o que equivale a 56% do território nacional. Os biomas são diferentes, mas têm a mesma grandeza: uma variedade imensa de plantas e animais que poderiam servir de comida, principalmente para os moradores do campo. "Não tem como não olhar para a floresta com um uso importante, ainda que esse uso tenha sido convertido apenas para fins urbanos", lembra Yeda.
Além de toda essa diversidade, a estimativa é de que existam 30 milhões de hectares de pastagens degradadas, onde poderia haver criação de gado e cultivos de todo tipo. Aos poucos, a pesquisadora da Embrapa acredita que esses espaços vão ser mais bem aproveitados e a monocultura vai deixar de ser prioridade diante de desafios maiores: matar a fome do mundo e evitar o caos do clima.



loading...

- Tecnologia Deixa Agricultura Mais Eficiente E Sustentável
http://www.ciclovivo.com.br/noticia.php/4885 Postado em 21/05/2012 às 09h59 A partir de sistemas mais modernos é possível plantar em tempo recorde e ainda utilizar menos terra. | Foto: Roosevelt Pinheiro/ABr (CC3.0) A tecnologia é essencial para...

- Produção Agrícola Cresce Com Queda No Desmatamento
Pesquisadores analisaram tendências de uso da terra na floresta amazônica em Mato Grosso09 de janeiro de 2012 | 22h 47 http://www.estadao.com.br/noticias/vidae,producao-agricola-cresce-com-queda-no-desmatamento,820710,0.htm Não há nenhuma contradição...

- Amazônia é A Galinha Dos Ovos De Ouro Do Agronegócio, Diz Biólogo
16/08/2011 - 10h03Amazônia é a galinha dos ovos de ouro do agronegócio, diz biólogohttp://www1.folha.uol.com.br/ambiente/960185-amazonia-e-a-galinha-dos-ovos-de-ouro-do-agronegocio-diz-biologo.shtml ANNA VIRGINIA BALLOUSSIER ENVIADA ESPECIAL...

- Programa Agricultura De Baixo Carbono - Abc Começa A Sair Do Papel!
Programa ABC começa a sair do papelFinanciamento a técnicas agrícolas de baixo carbono foi fortalecido neste plano de safra e já tem dinheiro liberado03 de agosto de 2011 | 0h 00 fonte: http://www.estadao.com.br/noticias/impresso,programa-abc-comeca-a-sair-do-papel,753389,0.htm...

- Importar Adubo? Sanitário Ecológico Seco Não Resolveria?
BANHEIRO ECOLÓGICO SECO E A MATÉRIA PRIMA PARA ADUBO: URINA fonte: http://www.drytoilet.org/pdf/Sanitation_Guide.pdf Contra alta de preços, adubo na medidaProdutores já compraram com antecipação os fertilizantes. Agora ideal é otimizar...



Mundo Sustentável








.