Não chove desde o começo do mês em São Paulo. O resultado é uma poluição que cobre a cidade de uma poeira fina que parece névoa, mas é sujeira.
No Centro da capital, uma ilha verde cercada de concreto por todos os lados mostra como as árvores ajudam a melhorar a qualidade do ar.
Parece nevoeiro, mas por todos os lados só se vê poluição. Nessa época do ano, mesmo com sol, o céu de São Paulo fica escuro, meio cinza.
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“A gente tem entrada de poluição do interior com a queima da cana, a condição desfavorável, pouca chuva e as atividades continuam. Ninguém vai parar de andar. Não dá para fazer a cidade parar”, diz Adalgisa Furnaro, professora do Departamento de Ciências Atmosféricas da USP.
Nesta quinta-feira (14), o Respirômetro chegou a marcar mais de 300 microgramas por metro cúbico no 25º andar do Edifício Copan. “Nos dias claros, a gente consegue ver a Serra da Cantareira e o Jaraguá. Hoje [quinta], a gente mal consegue ver os prédios”, diz a moradora.
Perto do Copan, uma ilha de verde deixa o ar mais fresco. No terraço da Prefeitura de São Paulo, um alto edifício no Centro da capital, a temperatura parece mais amena. O Respirômetro marcou no lugar 102 microgramas por metro cúbico de poeira, ar considerado inadequado.
Mesmo assim, foi um terço da poluição registrada na área do centro, onde é só concreto. Isso acontece por que em áreas verdes, mesmo pequenas, a vegetação funciona como uma esponja.
O ambientalista Ricardo Francisco Cardim diz que as árvores retêm o material particulado que fica suspenso no ar. “Se a gente tivesse em São Paulo um monte de telhados verdes e jardins elevados nos prédios, grande parte dessa poeira suspensa no ar da cidade acabaria pousando nessas superfícies vegetadas. As plantas retêm essa poeira que depois são encaminhadas com a água da chuva. Então, a gente teria menos poeira na nossa respiração”, afirma.