Prender a atenção de crianças em sala de aula é sempre uma batalha. Segundo pesquisas, nos primeiros 10 minutos de aula a atenção é boa, depois disso os alunos dispersam. Por isso os pesquisadores sugerem dividir o tempo de aula em atividades diferentes. Uma boa ideia está nos jogos educativos, principalmente para temas ambientais.
Pensando nisso o grupo FoG (The Fellowship of the Game), formado por alunos de graduação do Instituto de Ciências Matemáticas e de Computação (ICMC) da USP, em São Carlos, desenvolveu um jogo para computador chamado de “Jogo do Lixo”, no qual as crianças aprendem brincando assuntos relacionados com ecologia e preservação ambiental. Além disso, o jogo se passa em diversos ambientes cotidianos das crianças, aproximando-as do motivo do game.
“O que o jogo faz é mostrar aos alunos que quando se recolhe o lixo, a imagem fica mais limpa e bonita. Ele também ensina, por exemplo, que para se recolher o vidro é necessário fazer uso de uma luva,” afirmou ao portal da USP, Kalinka Castelo Branco, professora do grupo.
O FoG
O grupo sem fins lucrativos foi fundado oficialmente no final de 2008 e possui atualmente cerca de 20 membros que trabalham nas diversas áreas de desenvolvimento dos games. Atualmente, eles estão trabalhando junto ao grupo de pesquisa Eco Edu Ambiental, coordenado pela professora Lubienska Cristina Lucas Jaquiê Ribeiro, da Unicamp, que atende alunos com necessidades especiais com idade entre 12 e 14 anos.
O FoG surgiu como uma iniciativa dos alunos por ser uma área que atrai muitos interessados. “Inicialmente o que os alunos buscavam era um apoio dos professores com relação à questões burocráticas como reservas de salas, equipamentos, servidores que estavam no ar e aconselhamentos. Vieram nos procurar para que fossemos tutores deles”, explicou o professor Fernando Osório, do ICMC.
Osório aponta que um jogo desse tipo possui muitos componentes, como o projeto do game (gameplay), design (incluindo a parte de multimídia que envolve áudio e imagens), e por fim a programação propriamente dita. “O interessante é que a produção de jogos é multidisciplinar, onde podem participar pessoas de diversas áreas como comunicação, história e psicologia”, concluiu.
* Com informações da Agência USP de Notícias
** Publicado originalmente no site EcoD.
(EcoD)