Depois de São Paulo e Recife, Manaus poderá ser a próxima capital brasileira a ter uma edição da Virada Sustentável, evento de mobilização com feições de agito cultural, criado em 2011 na capital paulista. A quarta edição, que encerra neste domingo, tem como diferencial a presença do Amazonas, por meio da apresentação de dois shows do grupo Imbaúba, debates com especialistas e artistas convidados e atividades lúdicas. A iniciativa partiu da Fundação Amazonas Sustentável (FAS), que discute a possibilidade de ampliar as ações e a participação do Estado no próximo ano.
“O Brasil conhece pouco a Amazônia e precisa conhecê-la para contribuir nesse desafio de desenvolvê-la de forma sustentável. Já conversamos com os idealizadores, fizemos uma proposta para realizarmos uma edição em Manaus, e houve grande receptividade. Vamos marcar uma reunião, com data prevista provavelmente para novembro, para discutir quando e como”, afirmou superintendente geral da FAS, Virgílio Viana.
Para o idealizador do evento, André Palhano, essa primeira participação amazonense na Virada representou uma troca cultural muito rica e a possibilidade de outra capital ser incluída é muito bem vinda. “Depois de São Paulo e agora Recife, nossa intenção é que mais capitais se unam a essa proposta que busca colocar foco nas ações de pessoas e coletivos que pensam a sustentabilidade e transformam a cidade em lugar de direito, convívio, respeito e diversidade, tudo isso de uma maneira mais leve, onde a arte tem papel fundamental na transmissão dessa mensagem”, resumiu.
ARTE E MOBILIZAÇÃO
O grupo musical amazonense Imbaúba levou sua mensagem de respeito à natureza e à floresta, por meio dos dois shows realizados durante o evento na capital paulista, o primeiro durante a abertura, no Centro Cultural Rio Verde, em Pinheiros, na quarta-feira, 27, e na manhã deste sábado, 30, no Parque do Ibirapuera. O poeta, músico e compositor do grupo Celdo Braga, avalia positivamente essa primeira participação de artistas na Região Norte no evento e destaca a importância da arte para a mobilização social.
“A música e as artes têm esse forte papel de instigar e ajudar a transformar a sociedade. Uma música como aquela de Geraldo Vandré ‘Caminhando e cantando e seguindo a canção’ (Pra não dizer que não falei de flores), na época da ditadura, cerceou canhões. Se eu canto a floresta, a floresta está em minha existência, sou parte dela e por meio da arte tento transmitir essa mensagem. Os sons orgânicos dos animais e da floresta, catalogados pelo Imbaúba, ajudam a resgatar esse vínculo do homem, essa integração, que foi perdida com a natureza”.
Juntamente com o Imbaúba, a cantora Márcia Novo e o cantor Salomão Rossy fizeram uma participação especial na quinta-feira, em uma espécie de “Sarau de ideias”, com música e bate-papo
descontraído, promovido e mediado por Virgílio Viana, na programação do “Papo Sustentável”. Ontem, foi a vez de Belisário Arce, produtor do filme “Amazônia Eterna”, participar do projeto. Sob a mediação de João Tezza, consultor da FAS, após o papo, o filme foi exibido no Cinema na Praça, localizado na Praça Victor Civita, em Pinheiros.