O governo do Estado lançou na manhã desta sexta-feira (2), em Irituia, município do nordeste paraense, o Projeto Tijolo Verde, com o objetivo de oferecer sustentabilidade econômica, ambiental e social ao polo produtor de cerâmica de São Miguel do Guamá. Com 40 olarias, o polo gera mais de 3 mil empregos diretos, beneficiando também os municípios vizinhos, como Irituia.
O projeto foi lançado durante o IV Seminário Agropecuário, que teve a participação do secretário de Estado de Agricultura, Hildegardo Nunes, do secretário Extraordinário do Programa Municípios Verdes, Justiniano Neto, e do diretor geral do Instituto de Desenvolvimento Florestal do Estado, Tiago Valente. O prefeito de Irituia, Walcir Oliveira da Costa, foi o primeiro a assinar o convênio com o Ideflor, a Sagri e os demais órgãos estaduais que integram o Projeto Tijolo Verde.
“O objetivo do programa é garantir a sustentabilidade da indústria cerâmica, que gera emprego e renda para toda essa região e abastece a Região Metropolitana de Belém”, explicou Hildegardo Nunes, que ministrou uma palestra sobre sustentabilidade e economia verde.
O projeto incentivará o reflorestamento de áreas degradadas com espécies propícias à produção de carvão, para abastecer de forma legal os fornos das indústrias de cerâmica da região. O projeto, segundo o secretário, está adequado às diretrizes do Programa Municípios Verdes, realizado em parceria com a esfera municipal. A Prefeitura de Irituia firmou sua adesão ao programa durante o seminário.
Mudança de padrão - O secretário de Agricultura de Irituia, José Sebastião Romano (Zezinho), afirmou que a parceria com o governo do Estado é importante para garantir a mudança do padrão de produção rural do sistema químico para a agroecologia, que o município está incentivando.
O secretário de Agricultura de Tomé-Açu, Michinori Kanagano, disse que é preciso “melhorar a alimentação sem descuidar do meio ambiente e do social”, ao falar sobre o incentivo à implantação dos Sistemas Agroflorestais (SAFs), que consorciam espécies florestais nativas com cultivos temporários.
O agricultor Balbino de Oliverira Castro, 37 anos, inormou que até 2010, quando ainda usava o sistema antigo, que consistia em derrubar, queimar e plantar, o que lhe restou no final do ano foram R$ 29,00. Depois que mudou para o SAF a renda subiu para R$ 5 mil no ano seguinte.