Pensar um mundo diferente e sustentável não depende apenas de novas tecnologias, mas sim de mudanças de comportamento humano. Esse foi um das principais temas tratados pelo Engenheiro de Produção Social em Nova York (EUA), Shaun Abrahamson, no painel "Crowd e a pegada ecológica", realizado hoje (quarta, 18), durante Conferência Internacional de Cidades Inovadoras - CICI2011.
Para Abrahamson, a sustentabilidade tem duas frentes: a tecnologia e as pessoas. "Em todo o mundo existem diversas tecnologias criadas e sendo desenvolvidas. Esse é um dos focos da sustentabilidade. O outro é que devemos evoluir no comportamento humano, pensando em soluções possíveis de se aplicar em grupos de pessoas", disse ele.
Entender mais de gente
O painel mostrou também que é preciso entender mais de gente, do que motiva o ser humano a desenvolver uma causa, a se unir em grupos, mudar o comportamento social e buscar soluções. "Essa questão pode ser um sistema de ideias e recompensas. Uma forma de evoluir, buscando a colaboração das pessoas e fornecendo benefícios, como créditos ou reconhecimento de alguma forma", revelou Abrahamson.
Ele citou como exemplo o caso da companhia de café Starbucks, empresa mundial que investiu em uma campanha de redução de uso de copos plásticos. "A solução é simples. A pessoa leva seu copo, evita fila e ainda após dez cafés, ganha um", conta.
Interação e aproveitamento
Pessoas que não são especialistas em determinado assunto podem ajudar com novas ideias, através de ferramentas colaborativas, de interação social. O desafio é entender o que leva pessoas a pensarem em novas soluções de forma planejada e organizada. Outro quesito importante nesse contexto são os valores humanos envolvidos e o aproveitamento de talentos, tecnologias e inovação. A busca por um modelo de sustentabilidade ideal está muito ligado a como as pessoas interagem em grupo e como se comportam, levando a um entendimento maior do ser humano e em como podemos evoluir na sociedade.
Pessoas querem sistemas colaborativos, mas não sabem como funcionam
Realizar mais pesquisas sobre o comportamento do ser humano no dia-a-dia também pode ser uma das alternativas para entender a reação de pessoas em grupo e solucionar problemas da sociedade ligados a sustentabilidade econômica e ambiental.
"Ao longo do tempo as pessoas estão aprendendo e querendo trabalhar com sistemas mais colaborativos, mas ainda é uma incógnita a forma como elas podem reagir quando em grupos", afirmou. Abrahamson acrescentou ainda que quanto mais soubermos sobre o ser humano, mais vamos entender como reagimos em conjunto na busca das melhores soluções no planeta.