Trazer sustentabilidade energética aos sistemas de captação e distribuição da rede de abastecimento de de água. Essa foi a proposta que deu a Gustavo Meirelles Lima, Mestre em Engenharia de Energia pela Universidade Federal de Itajubá, Minas Gerais, o primeiro 1º lugar na categoria Mestre e Doutor do Prêmio Jovem Cientista.
A pesquisa avaliou o potencial de geração de energia em sistemas de abastecimento de água, oferecendo uma alternativa de aproveitamento de energia, habitualmente desperdiçada durante todo processo, no próprio sistema, otimizando a captação e abastecimento das companhias de estados e municípios do país. Levando em conta as diferentes configurações de redes de abastecimento existentes, o estudo propõe a substituição de válvulas redutoras de pressão por turbinas, gerando dois benefícios: controle de pressão e geração de energia.
No estudo, o método foi aplicado no sistema de abastecimento do Serviço Autônomo de Água e Esgoto de Cruzeiro, tornando as práticas de captação e abastecimento autossustentáveis, e trazendo benefícios econômicos diretos, como explica Gustavo.
“O maior benefício é o financeiro. Atualmente a energia que o sistema gera, a gente pode injetar na rede. E aí essa energia gerada vem abatida da conta de energia. Então isso pode se tornar um benefício muito grande para a companhia. E isso pode ser revertido em benefício da sociedade, como redução de tarifa”
Além de econômico, o método, de acordo com Gustavo, resolve outros dois problemas: o primeiro é o grande índice de rupturas nas tubulações e o segundo é o aumento do volume de vazamentos. Esses dois fatores impactam diretamente na oferta e qualidade dos serviços e também na tarifa de água para o consumidor.
“Boas companhias utilizam válvulas que controlam a pressão. Mas, a maioria das companhias de prefeituras e estaduais não utilizam esse dispositivo. Então, ao controlar a pressão a gente também reduz as paradas de abastecimento de água por questões de ruptura da tubulação e também reduz bastante o volume de vazamentos. Então, isso também poderia ser revertido em benefício da tarifa e, de uma certa forma, também ajuda o meio ambiente, porque reduzindo o volume de vazamento você reduz a captação de água de seu manancial lá no início do processo”.