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Assinatura dos convênios da BVRio com a presença de Pedro Moura Costa (esq), Eduarda La Rocque da Secretaria Municipal da Fazenda e Suzana Kahn, subsecretária de economia verde
São Paulo – A cidade do Rio de Janeiro terá, a partir de junho de 2012, uma bolsa de valores para a negociação de contratos ligados ao meio ambiente. A Bolsa Verde do Rio (BV Rio) irá oferecer ativos para efluentes líquidos industriais da Baía de Guanabara, créditos de reciclagem, logística reversa e de carbono, além de reposição florestal.
Quem comanda a BV Rio, constituída como uma ONG, é Pedro Moura Costa, que trabalha no segmento de crédito de carbono há 20 anos. Costa chegou a fundar em Londres a EcoSecurities em 1997, empresa especializada em projetos e soluções para o mercado de carbono que fez um IPO em 2005 e depois foi adquirida pelo JPMorgan.
“O objetivo da BV Rio é se tornar uma referência nacional. Vamos começar pelo Rio e depois expandirmos para outros estados. O Governo do Rio já está assinando um termo de cooperação com o Amazonas, Acre e Pará para incluí-los no mercado”, disse Pedro Moura Costa em uma entrevista para EXAME.com.
A bolsa tem como associados a Funrio, a E2 (nova empresa de Costa) e o ex-presidente do IBGE e economista, Sérgio Bresserman. O governo municipal e estadual fazem parte do Conselho da BV Rio com a participação da secretária de Fazenda da cidade do Rio, Eduarda La Rocque, o secretário de estado do meio ambiente, Carlos Minc, e a subsecretária de economia verde, Suzana Kahn.
“Vamos ter uma bolsa com a criação das commodities ambientais que não existem ainda e depois colocá-las em uma plataforma eletrônica”, diz Costa. Ele ressalta que a bolsa ainda não tem um orçamento, mas que a maior parte dos recursos terão origem em doações de capital a fundo perdido de agências de desenvolvimento, como do governo suíço.
Como irá funcionar
Em janeiro, um grupo de trabalho começa a se reunir para o desenho das primeiras commodities. As propostas devem estar prontas em abril e as primeiras transações acontecer em junho. O mercado de carbono e de ativos ambientais ainda não é regulamentado e não é considerado um valor mobiliário.
Costa explica que ainda está sendo avaliado como será feita a gestão do risco da contraparte. “Uma das nossas preocupações é não ter regras muito onerosas que afastem os pequenos participantes”, afirma. O executivo ressalta que para cada ativo ambiental um setor da economia será envolvido.
“Na compensação florestal, por exemplo, serão as indústrias de todo o estado. Nos efluentes da Guanabara, são as indústrias que descarregam detritos no local. A vantagem é que o custo cai para as empresas e aumenta a flexibilidade. A empresa pode vender o excesso da redução dos danos ambientais para quem tem um custo de diminuí-los maior”, aponta.