foto: Camila Ribeiro/Univ. Cruzeiro do Sul
Na Avenida José Maria Fernandes, os pedestres dividem espaço das calçadas com raízes de árvores
Na Avenida José Maria Fernandes, Parque Novo Mundo, Zona Norte, os pedestres disputam o espaço da calçada com raízes de árvore que ocupam parte do passeio impedindo o trânsito dos moradores. Executar tarefas simples, como caminhar nos canteiros centrais da via, é um grande desafio. As extensões das árvores dificultam e até impedem a passagem em alguns pontos.
O porteiro Braz Didier, de 43 anos, decidiu não enfrentar as raízes e atravessou no meio da rua. "É errado, mas fazer o quê? Não temos outro jeito. Sou contra tirar as árvores, elas dão uma visual na rua, mas é preciso tomar alguma providência."
Já a professora Isabela Camargo, de 32 anos, nem se arrisca. "Eu tenho medo de passar porque você precisa se equilibrar. Não tem segurança nenhuma aqui", desabafou.
Segundo o professor de projetos em urbanização e arquitetura da Universidade Cruzeiro do Sul, José Benedito Gianelli Filho, para entender o problema é preciso voltar no tempo em que os lotes eram vendidos na região.
"Os primeiros terrenos tinham mais de 50 metros de frente e 80 de fundo. Os donos construíam a casa no meio, deixavam os fundos para garagem e as laterais para plantar", explicou.
Com o passar dos anos, novas famílias mudaram para a cidade e os lotes começaram a ser divididos em tamanhos menores para abrigar as construções. As garagens avançaram para o início das casas e as laterais com as árvores deram lugar às calçadas.
"As árvores que sobreviveram às edificações podem cair porque não tem para onde crescer com as ruas, casas, redes de energia, telefone e hidraúlica ocupando o seu espaço. É inviável mantê-las. O ideal seria fazer um projeto de arborização implantando parques urbanos", opinou.
Gianelli garantiu que as raízes podem interferir em pavimentações, imóveis com fundações rasas e tubulações, como de água e esgoto. "É raro acontecer casos de casas que cederam por conta desta influência, mas pode acontecer. Mas danos em calçadas e ruas não há como evitar. Não conseguimos controlar a força da natureza", completou.
A Subprefeitura de Vila Maria/Vila Guilherme informou que agentes acompanhados de um engenheiro agrônomo vão efetuar uma vistoria no local. O órgão ainda esclarece que a poda ou remoção de árvores na cidade é realizada apenas nos casos de ruína ou risco iminente de queda.
Reclamação e solicitação de remoção ou poda podem ser feitas no telefone 156, no site da Prefeitura (www.prefeitura.sp.gov.br) ou pessoalmente na praça de atendimento da subprefeitura, localizada na Rua General Mendes, 111, Vila Maria Alta.