Árvores mais velhas captura maior quantidade de
CO2 (Foto: Nicolas Armer/AFP)
CO2 (Foto: Nicolas Armer/AFP)
Quanto mais velha é uma árvore, mais ela captura dióxido de carbono (CO2) na atmosfera para continuar a crescer, revelou um estudo publicado nesta quarta-feira (15) sobre o impacto das florestas no aquecimento global.
Os resultados dos trabalhos, publicados na revista científica britânica "Nature", indicam que em mais de 400 tipos de árvores estudados, são os espécimes mais velhos e, portanto, os maiores de cada espécie os que crescem mais rápido e que, consequentemente, absorvem mais CO2.
Esses cientistas contradizem o postulado segundo o qual as árvores velhas contribuiriam menos na luta contra o aquecimento global.
saiba mais
- Excesso de dióxido de carbono faz com que árvore 'economize' água
- Plantação de árvores se torna solução para mitigar efeito estufa
- Floresta Amazônica absorve mais CO2 com queimadas, diz estudo
"É como se, para os humanos, o crescimento se acelerasse depois da adolescência ao invés de se retardar", explicou para a AFP Nathan Stephenson, um dos autores do trabalho.
As árvores absorvem da atmosfera o CO2, principal gás causador do efeito estufa, responsável pelo aquecimento global, e o armazenam em seus troncos, seus galhos e suas folhas. As florestas desempenham, assim, um papel de reservatórios de carbono, mas até que ponto elas retardariam o aquecimento é um assunto em aberto.
"Já sabemos que as florestas antigas estocam mais carbono do que as florestas mais jovens", explicou Nathan Stephenson. Mas, prosseguiu o pesquisador, "as florestas antigas têm árvores de todos os tamanhos e não está claro quais cresceram mais rápido, capturando assim a maior quantidade de dióxido de carbono".
Esse estudo dá uma resposta clara a esta questão: "para reduzir o dióxido de carbono presente na atmosfera, é melhor ter árvores grandes (e, portanto, antigas)", resumiu o cientista. "Esse conhecimento vai nos permitir melhorar nossos modelos para prever como as mudanças climáticas e as florestas interagem", ressaltou Nathan Stephenson.
Cerca de quarenta cientistas participaram desse estudo, que analisou os dados dos últimos 80 anos de 670 mil árvores de 403 espécies diferentes existentes em todos os continentes.