Na data que marca os 25 anos do acidente radioativo com césio-137 em Goiânia, a Coalizão Por Um Brasil Livre de Usinas Nucleares protestou nesta quinta-feira, 13, contra a falta de informações sobre a situação dos materiais radioativos no País. O movimento antinuclear, com base em São Paulo, anunciou que vai usar a Lei de Acesso a Informação para exigir dados como o inventário de dos depósitos de lixo atômico e detalhes sobre planos emergenciais em caso de acidentes.
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Vítimas do césio-37 lutam por remédios Raios gama preocupam mais que césio em Fukushima Vítima do césio-137 será indenizada por danos morais Célio Berman, professor do Instituto de Eletrotécnica e Energia da USP, diz que há muitos anos tem solicitado, sem sucesso, informações sobre planejamento de emergência nas Usinas Angra I e II, no Rio. "É uma região sujeita a deslizamentos que podem interromper o fornecimento de energia para o resfriamento das usinas. Gostaria de saber, por exemplo, por quanto tempo os geradores a diesel suportariam", diz Berman. "Além disso, o raio de evacuação é de 3 a 5 quilômetros, enquanto que no acidente em Fukushima, no Japão, o isolamento foi de 30 quilômetros."
Segundo Fernanda Giannasi, engenheira de Saúde do Trabalhador do Ministério do Trabalho, São Paulo possui pontos de armazenamento de rejeitos radioativos que são pouco conhecidos. "A sociedade só se mobiliza quando há grandes catástrofes. Mas precisamos monitorar melhor este lixo, pelo qual seremos responsáveis por centenas de anos", afirma. A coalizão é formada por 28 entidades - entre elas, a Associação das Vítimas do Césio-137.