Com um discurso recheado de menções ao meio ambiente e diante de uma plateia de 1,5 mil pessoas, segundo os organizadores, a ex-ministra Marina Silva deu o primeiro passo hoje para tentar criar um partido político. A nova legenda, que deverá se chamar Rede Sustentabilidade, servirá para abrigar a provável candidatura de Marina à Presidência da República, em 2014.
"Nós não seremos nem oposição nem situação à Dilma (Rousseff). Se a presidente estiver fazendo coisa boa para o Brasil, somos favoráveis. Se ela for contra o Código Florestal, o voto é contrário", afirmou Marina, em um de seus discursos. "É um partido para questionar a si próprio. Não pode ser um partido para eleição", completou.
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Dizendo que são "diferentes", Marina defendeu alianças partidárias. "Podemos fazer alianças pontuais. Não precisamos eliminar sonhos. Mas é preciso que fique claro que somos diferentes."
Para poder se candidatar pela nova legenda em outubro do ano que vem, Marina e os fundadores da sigla terão de conseguir 500 mil assinaturas até setembro deste ano. "Vamos dedicar os próximos três meses para a coleta de assinaturas. Não será difícil", disse o deputado Walter Feldman (SP), que pretende sair do PSDB para ingressar no partido. Em 2014, o eleitor votará para eleger os titulares dos governos estaduais, e representantes do Legislativos nos Estados e no Congresso Nacional.
Além de Feldman, os deputados Alfredo Sirkis (PV-RJ) e Domingos Dutra (PT-MA) e a ex-senadora e vereadora por Maceió Heloisa Helena anunciaram o ingresso no novo partido.
Até o final do dia será aprovado o estatuto do partido. A proposta é exigir ficha limpa para os dirigentes partidários e candidatos. Não deverá, no entanto, haver a mesma exigência para quem quiser se filiar à nova sigla. O estatuto também deverá prever uma reavaliação do papel do partido em relação a sua continuidade daqui a 10 anos. Também deverá ficar definido que os detentores de mandato terão direito a disputar apenas uma reeleição em cada Casa parlamentar.