FELIPE VANINI BRUNINGFERNANDA KALENARENATO CASTRONEVESCOLABORAÇÃO PARA A
FOLHA
Parquinhos infantis de praças e parques paulistanos têm balanço com correntes quebradas, brinquedos enferrujados e gangorra com assentos soltos ou farpas de madeira expostas, além de cacos de vidro, fezes e até cápsulas de cocaína e cachimbos de crack espalhados pelo chão.
A Folha foi ontem a 29 parquinhos nas cinco regiões da cidade -ao menos 15 deles tinham algum problema, como brinquedos quebrados ou em mau estado e sujeira.
As capsúlas de cocaína e os cachimbos de crack estavam na na praça Cohab Adventista, no Capão Redondo (zona sul), bem perto de onde as crianças brincam.
Brinquedos em parques
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Danilo Verpa/Folhapress
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Crianças brincam no parque Buenos Aires, em Higienópolis (centro de São Paulo)
"Só trago minha filha aqui porque não há outra opção de lazer", diz Rosângela Silva Soares, 35, vizinha da praça. "Se, em um hotel caro há acidentes, imagine aqui, em uma pracinha da periferia."
Foi uma alusão à morte de uma menina em um hotel de luxo de Águas de São Pedro (a 184 km de São Paulo). Inês Schaller, 4, foi atingida no peito pela viga de um balanço enquanto brincava.
PRAÇAS
As praças concentram os equipamentos em pior situação. Em 11 delas, há brinquedos quebrados no parquinho, sem nenhuma interdição.
Na praça Rotary (Consolação, região central), o assento de madeira da gangorra está rachado, com farpas expostas. Na praça dos Libaneses (Itaim, zona oeste), o banco está solto, o que pode levar uma criança a cair.
Quando a Folha esteve na praça Ocapeguá (zona leste), havia pedaços de balanço e da gangorra no chão -o aspecto era de abandono.
"Trago minha filha aqui porque moro perto, mas as opções de brinquedos são poucas e estão em péssimo estado", disse Shirley Azevedo, 32, enquanto a filha brincava no balanço da praça 14 Bis, na Bela Vista (centro), outra que a reportagem visitou.
A fiscalização das praças cabe às subprefeituras e a dos parques, à Secretaria do Verde e do Meio Ambiente, ambos órgãos municipais.
PARQUES
Nos parques, a situação é melhor: brinquedos que não funcionam estão com sinalização de interditado, como o Ibirapuera e o da Juventude (este estadual). Os brinquedos, na maioria dos casos, não apresentam problemas.
A pior situação está no parque Linear do Fogo, onde balanços e gangorra estavam quebrados e os brinquedos estão enferrujados e com lascas. A prefeitura disse que fará manutenção no parquinho em breve.
| Editoria de Arte/Folhapress | |
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OUTRO LADO
A Secretaria do Verde e do Meio Ambiente diz que faz manutenção frequente nos playgrounds dos 83 parques sob sua responsabilidade.
"Quando a garantia do fabricante termina, a equipe de manutenção efetua os reparos necessários", diz a pasta.
Cabe à administração dos parques pedir a manutenção quando necessário, ainda segundo a secretaria.
Listado pela Folha como um dos locais com parquinhos em mau estado de conservação, o parque Linear do Fogo está na agenda de manutenção da secretaria.
Ainda conforme a pasta, os parques Ibirapuera e do Carmo receberam novos brinquedos recentemente. O mesmo ocorrerá com outros 11 parques; a implantação será neste semestre, diz a secretaria.
Encarregada das praças paulistanas, a Secretaria de Coordenação das Subprefeituras informou varrer e cuidar rotineiramente das praças. Entre os serviços estão poda de árvores, capinação e limpeza, além de manutenção dos brinquedos.
Todos os locais em que a Folha constatou problemas sofrerão vistoria e as possíveis falhas serão corrigidas, disse a pasta. "A Prefeitura conta com o apoio da população para manter os equipamentos em bom estado." Reclamações podem ser feitas via 156, site (sac.prefeitura.gov.br) ou às subprefeituras.