A apresentação do Plano de Metas está prevista na Lei Orgânica do Município, que é uma espécie de constituição local. Apesar de não haver punição legal caso o Prefeito não o cumpra em sua totalidade, funciona como um importante instrumento de planejamento e controle da sociedade em relação aos compromissos pactuados pelo governo.
A importância do Plano de Metas tem sido demonstrada quando da avaliação dos gestores em pesquisas de opinião e principalmente na hora do voto. O nível de satisfação dos cidadãos está diretamente ligado à capacidade e ao interesse do governo em efetivar o que foi planejado com a participação da sociedade civil no início de cada mandato. Deve ser encarado como um projeto arquitetônico e seus complementares: estrutural, elétrico, hidráulico etc., devendo ser rigorosamente seguido pelo executor. Ao final da construção, o cliente tem condições de avaliar em que medida o responsável pela obra foi atento, comprometido e fiel no seu trabalho de fiscalização e acompanhamento.
É exatamente dessa forma que os cidadãos vêm encarando a boa ou má execução do Plano de Metas. No caso da cidade de São Paulo, uma verdadeira vitrine para o Brasil, esse documento adquire um peso exponencialmente maior devido à repercussão que seu resultado produz, tendo em vista a enorme população de cerca de 12 milhões de pessoas. A afirmação é tão verdadeira que o prefeito anterior, por não ter levado a cabo seu Plano de Metas para a cidade de São Paulo – segundo as Organizações Não Governamentais (ONGs) ligadas às questões urbanas, cumpriu apenas 36% – acabou seu mandato com baixíssimos índices de aprovação.
O político que almeja um futuro promissor na vida pública e tem pretensões de galgar novas oportunidades aos cargos executivos deve ser bom aluno e não insistir em erros já conhecidos. Após um grande exercício de planejamento, o prefeito Fernando Haddad apresentou o seu Plano de Metas com 123 itens, nos quais estão contempladas as maiores necessidades dos cidadãos paulistanos. Importante notar que pelo menos 70% dessas propostas envolvem as carreiras tecnológicas para a sua concretização. As carências da cidade dizem respeito em grande parte à demanda reprimida de serviços que, para serem oferecidos, terão de passar pelas mãos e cabeças de engenheiros e arquitetos. São hospitais, escolas, creches, postos de saúde, ciclovias, corredores de ônibus, passarelas em vias expressas, implantação de novos parques, entre outras tantas tarefas, que serão viabilizadas com o protagonismo e a experiência dos profissionais dedicados à construção de uma São Paulo melhor.
Frederico Jun Okabayashi e Breno Berezovsky são, respectivamente, engenheiro e arquiteto da Prefeitura Municipal de São Paulo