Blocos de EPS foram utilizados para estabilizar parte do aterro do viaduto da principal via de acesso à cidade de Tubarão (SC). Fatores como tempo e custo contaram a favor do EPS na comparação com outras técnicas, como jet grouting, para aumentar a resistência do solo mole |
No dimensionamento dos blocos, devem ser consideradas a estrutura global da construção, a resistência mecânica dos blocos e o controle de flutuação do aterro |
Método executivo de aterro com blocos de EPS | |
1. Sondagem e projeto - O projeto do aterro é antecedido por uma sondagem geotécnica, em que é medida a resistência do solo por meio de perfurações com o método Standard Penetration Test (SPT). Após a sondagem, são definidas características como a densidade dos blocos de EPS e o seu posicionamento no aterro. No projeto, leva-se em conta o tamanho padrão das peças para evitar cortes e ter melhor aproveitamento e produtividade. Se forem necessários, os recortes são feitos na própria obra. 2. Preparação do terreno - A camada base em que os blocos serão colocados deve ter cerca de 10 cm e estar nivelada. O grau de inclinação dessa base, feita geralmente com areia, não pode ultrapassar 0,25% (1 cm em 4 m). Eventualmente, pode ser necessário o rebaixamento do lençol freático para evitar que os blocos flutuem por ação do empuxo hidrostático em períodos de cheia. 3. Montagem - Os blocos de EPS são posicionados manualmente e de forma ordenada em juntas de amarração, seguindo o desenho do projeto. Na montagem, não devem sobrar vãos entre as peças, as camadas devem estar todas niveladas e as juntas não devem coincidir. Entre uma camada e outra da montagem, as peças são fixadas com conectores metálicos tanto na vertical, quanto na horizontal para favorecer a estabilidade do conjunto. Durante a montagem, é recomendável utilizar sacos de areia sobre as peças para evitar seu deslocamento. 4. Proteção - Após a montagem, o conjunto é revestido com uma geomembrana de polietileno de alta densidade (PEAD) contra possíveis ataques químicos. Sobre a geomembrana, é lançada uma camada com no mínimo 60 cm de terra a ser compactada e sobre a qual é executado o pavimento de maneira convencional. 5. Confinamento - Para uniformizar a dissipação de cargas nas camadas de EPS, os blocos devem ser confinados por muros de contenção laterais, aterro convencional, vala escavada ou sistemas de geotêxtil, conforme definido em projeto geotécnico. Para casos em que as tensões atuantes no EPS ultrapassem o limite elástico do material, também se indica a execução de uma camada de proteção mecânica com solo (de no mínimo 30 cm) ou de laje de concreto armado de aproximadamente 15 cm. |
Contenção em camadas | ||
Um aterro leve constituído por blocos de poliestireno expandido (EPS) possui cinco unidades básicas: 1. Blocos de poliestireno expandido: são responsáveis por formar o corpo do aterro. Além de resistirem às solicitações externas, possuem massa específica reduzida de forma a não comprometerem a fundação do aterro. Usualmente, são utilizados blocos de massa específica variando de 20 kg/m³ a 30 kg/m³. 2. Base: fina camada de solo que tem a função de regularizar a superfície e receber o aterro composto pelos blocos. 3. Cobertura: composta por uma camada com cerca de 80 cm de solo compactado (com ou sem uma laje de concreto, dependendo das condições da obra) sobre o aterro leve, que redistribui uniformemente as cargas de superfície, protege o EPS contra puncionamentos e impactos localizados e confina os blocos. 4. Sistema de drenagem: drenos de areia e/ou de geossintéticos que evitam subpressões de flutuação no aterro provenientes do contato extremamente prejudicial do EPS com a água. Outro motivo para impedir esse contato é a absorção de água pelos blocos, que resultam em um aumento drástico de sua massa específica e, consequente, perda da função de aterro leve. 5. Sistema de impermeabilização: formado por geomembranas, é indicado em aterros de rodovias para impedir o contato de substâncias nocivas aos blocos de EPS (por exemplo, derivados de petróleo). |