Marcada por atrasos, obra de Angra 3 prossegue apesar de Fukushima
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Marcada por atrasos, obra de Angra 3 prossegue apesar de Fukushima



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Marcada por atrasos, obra de Angra 3 prossegue apesar de Fukushima

O acidente de Fukushima não teve nenhum reflexo no Brasil, que segue investindo em energia nuclear com a construção de Angra 3. Garantia do governo alemão para a obra, porém, é cada vez mais incerta.
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O cronograma de construção da terceira usina nuclear brasileira, Angra 3, é marcado por atrasos. Mas a falta de pontualidade não tem qualquer relação com o acidente de Fukushima, no Japão, que completa dois anos nesta segunda-feira (11/03). Enquanto o desastre desencadeou uma oposição forte a essa fonte de energia em várias partes do mundo, o Brasil decidiu avançar com os investimentos na indústria nuclear.
"Isso [o acidente de Fukushima] não tem nada a ver com o que está acontecendo no Brasil", disse o superintendente de construção da Eletrobrás Eletronuclear, José Eduardo Costa Mattos, sobre Angra 3.
A construção da central foi iniciada ainda na década de 1980, paralisada em 1986 e, em 2008, recebeu a licença ambiental prévia do Ibama. Em 2011, o canteiro de obras cresceu e o prazo para que a usina entrasse em operação era dezembro de 2015. A data foi adiada para julho de 2016 e, agora, fala-se em dezembro de 2016.
Mattos justifica a demora: o edital de serviço de montagem eletromecânica do reator ficou muito tempo suspenso devido a problemas financeiros, mas as obras já estão, novamente, em andamento. A usina, que já tem 40% de sua estrutura construída, terá potência de 1.405 megawatts (MW).
Os parâmetros de segurança estão em primeiro plano, garante Mattos, além da proteção do meio ambiente. "Entre os materiais utilizados pela construtora estão madeira e plástico reciclados. O armazenamento do lixo que sobra das obras também é direcionado a empresas aptas para fazer o armazenamento de forma correta", disse em entrevista à DW Brasil.
Alemanha deve sair de cena
Meses depois da catástrofe de Fukushima, o governo alemão decidiu fechar todas as suas 17 usinas nucleares até 2022. Ao mesmo tempo, o país aparecia na lista de fiadores da obra de Angra 3. Em fevereiro de 2010, a Alemanha havia prometido à francesa Areva NP (que na época pertencia em parte ao grupo alemão Siemens) a chamada garantia Hermes, no valor de 1,3 bilhão de euros. Na prática isso significa que, se o Brasil desse um calote na empresa, o governo alemão assumiria o prejuízo.
No entanto, a pressão da opinião pública alemã está fazendo o governo rever sua posição. Em novembro, uma comissão suprapartidária do Bundestag (câmara baixa do Parlamento alemão) manifestou-se contra a garantia. Ainda não há uma posição final da coalizão liderada pela chanceler federal Angela Merkel, mas as chances de que a garantia não saia são cada vez maiores. A decisão, segundo Barbara Happe, da organização alemã Urgewald, já teria sido tomada, apesar de ainda não haver um documento oficial assinado.
A justificativa para a não-assinatura do contrato, declarou Happe à DW Brasil, deve-se ao fato de os alemães concluírem que as obras de Angra 3 não atendem às expectativas de segurança. A Eletronuclear não comenta o assunto.
Diante do provável recuo alemão, as autoridades brasileiras tiveram que assumir o compromisso. Segundo o superintendente de construção da Eletrobrás, os financiamentos serão feitos pelo BNDES, juntamente com a Caixa Econômica Federal. Angra 3 vai ser financiada em 3,8 bilhões de reais pela Caixa e em 6,1 bilhões pelo BNDES para a compra de máquinas, equipamentos importados e para a contratação de serviços estrangeiros.
Mattos ressalta que todos os documentos de garantia de financiamento, assinados no passado pela Alemanha, foram repassados para a Areva francesa.
Laços alemães
A ampliação da energia nuclear no Brasil não teria sido possível sem a ajuda da Alemanha. Uma década antes de a primeira central ser ativada, em 1985, os governos dos dois países se aproximaram e assinaram um acordo de cooperação. O Brasil queria ter acesso ao ciclo completo de abastecimento.
Em 2001 a segunda central entrou em operação, com o reator tipo PWR (Pressurizer Water Reactor), ou reator a água pressurizada, comprado da KWU, então subsidiária da Siemens. A terceira usina contará com o mesmo reator, comprado há duas décadas pelo governo brasileiro.

DW.DE




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