As obras no terreno de Itaquera, onde o Corinthians pretende construir um estádio para a abertura da Copa de 2014, sofreram novo revés nesta quarta-feira.
Em resposta a ofício encaminhado pelo Ministério Público Federal (MPF), a Transpetro admite que os dutos que atravessam o subsolo do Itaquerão impedem os trabalhos de terraplanagem. Mesmo com a restrição, esta fase da obra teve início em 30 de maio, quando o Corinthians e a construtora Odebrecht convocaram a imprensa para registrar o pontapé inicial da construção.
Segundo a Transpetro, as tubulações impedem a planificação por conta da irregularidade do terreno. A escavação e o reposicionamento da terra poderiam deixar os dutos expostos ou enterrá-los a uma profundidade que dificultaria ações de segurança em casos de emergência.
“É temerário que se inicie a obra de construção do estádio sem a remoção dos dutos, o que pode colocar em risco a segurança de quem trabalha na obra e do próprio empreendimento”, afirma o procurador José Roberto Pimenta Oliveira, autor da recomendação e membro do Grupo de Trabalho Copa do Mundo 2014, da 5ª Câmara de Coordenação e Revisão do MP.
Paralisação
O início das obras para remover os dutos, no entanto, deve demorar um pouco mais. Hoje, o Ministério Público Federal (MPF) enviou ofício à Petrobras pedindo que a empresa paralise a retirada. Os procuradores exigem que o clube assuma os custos da empreitada e que isso fique oficializado em contrato.
Na recomendação, os procuradores também exigem que a Transpetro, subsidiária da Petrobras que gerencia as tubulações, faça uma avaliação técnica para determinar o real valor envolvido na remoção e no reposicionamento dos dutos.
O orçamento inicial estimava gastos de R$ 30 milhões. De acordo com a estatal, seria o Corinthians quem arcaria com os gastos, mas até agora não há acordo formalizado.
Se as obras de terraplanagem forem interrompidas, São Paulo corre o risco de não entregar sua arena a tempo da Copa de 2014. A Odebrecht estima que o Itaquerão seja construído em 33 meses. Assim, a inauguração ocorreria em março de 2014, a somente três meses do Mundial.
Fora os problemas com as tubulações da Petrobras, o clube paulista corre contra o tempo para apresentar as garantias financeiras da obra –que gira em torno de R$ 800 milhões a R$ 1,07 bilhão. A Fifa quer ver os documentos até 14 de julho, pois deve anunciar as sedes da abertura e final no dia 29 daquele mês.