Hoje é comemorado o Dia Mundial sem Tabaco. No cigarro o princípio ativo é a nicotina, substância que causa dependência química e psicológica, conforme explica o pneumologista Oliver Nascimento. Ele expõe que o gasto anual de um fumante pode chegar a R$ 2 mil, considerando a compra de um maço por dia no valor de R$ 5,50. “Um tratamento de três meses para acabar com a dependência sai pela metade do preço. Ação que, com certeza, resultará em melhor qualidade de vida ao paciente, seus amigos e familiares”, garante.
Além da dependência, cigarro causa infarto e câncer de pulmão
O médico observa ainda que o tabagismo é o responsável por desencadear cerca de 50 doenças, entre elas infarto, câncer de pulmão e laringe. “Dados de 2011 revelam que cerca de 15% da população, acima de 15 anos, é fumante. Informação preocupante. São jovens que precocemente se tornam fumantes e não observam os riscos que isso traz à saúde”, alerta.
De acordo com o profissional, as pessoas começam a fumar por influência de amigos ou familiares. “É a tal da curiosidade. Saber as sensações que a nicotina proporciona. Só que esquecem que aquela primeira tragada futuramente pode evoluir para o vício”, enfatiza.
Nascimento analisa que fumantes passivos – pessoas que não fumam, mas sempre estão perto de quem traga – que ficaram expostos por aproximadamente 20 anos ao efeito do cigarro, têm 30% mais chances de desenvolver câncer de pulmão e infarto, do que aqueles que não conviveram com os dependentes.
“O tratamento para dependentes consiste em três fatores: o mais importante é a força de vontade; segundo é o acompanhamento de um profissional experiente que direcionará o melhor tratamento; e o terceiro é a medicação correta para cada caso”, salienta.
O funcionário público João Carlos de Almeida, 33 anos, conta que parou de fumar há seis meses. “Durante meus 14 anos de fumante, já tentei parar umas quatro vezes, mas sempre tinha recaídas. Com a ajuda a minha namorada estou conseguindo vencer meu vício”, comemora. Revela que começou a fumar com 19 anos. “Experimentei e gostei”. Almeida expõe ainda que para ficar longe do tabaco, substitui o cigarro pelo café e que esse tempo afastado lhe proporcionou melhoras físicas e psíquicas. “Hoje, estou bem melhor. Sinto melhor o cheiro das coisas e iniciei atividades físicas. Fora a sensação de conseguir mudar algo que não é bom para minha saúde. Você quer, você consegue! Basta tentar”, promove.
O estudante Bruno César Bastos, 25 anos, que é tabagista há 10 anos, também está na luta contra o vício. Ele diz que começou a fumar por influência de amigos. “Já tentei parar várias vezes. Mas é difícil. Sinto muita ansiedade. O cigarro é como um companheiro. Sei que falta um pouco de força de vontade”, relata.