23/07/2013 - 03h00
Avião não tripulado ajuda bombeiros a combater incêndios
DO "NEW YORK TIMES"
http://www1.folha.uol.com.br/ambiente/2013/07/1314805-aviao-nao-tripulado-ajuda-bombeiros-a-combater-incendios.shtml
Quando o vento muda de direção, um incêndio florestal pode sofrer uma guinada radical -e os bombeiros que o combatem podem depender dos seus olhos e instintos para perceber se estão em perigo. Mas, às vezes, como parece ser o caso da morte de 19 bombeiros de elite em 30 de junho no Arizona, já é tarde demais.
Claro que a melhor forma de combater incêndios catastróficos é impedir que eles cresçam até uma escala catastrófica.
Os cientistas preveem que o aquecimento global tornará mais comuns os incêndios florestais. Até 2050, preveem os especialistas, a extensão anual de florestas queimadas crescerá 50% nos EUA. Por isso, as autoridades e os especialistas se valem cada vez mais da tecnologia para se contrapor aos traiçoeiros incêndios florestais.
Em simulações por computador, o Serviço Florestal dos EUA provoca dezenas de milhares de incêndios virtuais -levando em conta diferentes padrões climáticos, a topografia, a vegetação e padrões climáticos históricos.
Os satélites climáticos capturam tempestades à medida que elas se formam, dando pistas sobre as rajadas de vento que costumam acompanhá-las. Aeronaves não tripuladas guiadas por controle remoto, ao sobrevoar um incêndio, podem tirar fotos infravermelhas para mostrar alterações nas suas bordas.
| Tom Tingle/Associated Press | |
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Último grande incêndio no Arizona causou 19 mortes, e, na Califórnia, cinco pessoas morreram em 2006; tecnologia em teste protege a vida dos bombeiros |
Essas imagens podem ser transmitidas para tablets Android e iPads usados pelos bombeiros. "Toda essa informação poderia ficar disponível em tempo real para que as pessoas possam consultá-la enquanto estiverem combatendo o fogo", disse Tim Sexton, que dirige o programa Pesquisa, Desenvolvimento e Aplicação da Gestão de Incêndios Agrestes, ligado ao Serviço Florestal.
Neste verão boreal, num programa piloto, o Serviço Florestal está testando tablets Android. No ano passado, a agência testou iPads e smartphones. "Eles [iPads] superaram as expectativas", disse Laura Hill, planejadora estratégica de tecnologias da informação do Serviço Florestal.
O Serviço Florestal usa uma mescla de softwares comerciais e aplicativos criados especialmente para as necessidades dos bombeiros. Hill disse que a agência também espera usar a computação em nuvem. Florestas em chamas geralmente não têm torres de telefonia celular. "O verdadeiro obstáculo agora é levar o acesso à internet aos locais de incêndio", disse Sexton.
Às vezes, o Serviço Florestal é capaz de instalar uma torre de telefonia celular ou uma conexão por micro-ondas com a empresa telefônica local, para permitir que os bombeiros se comuniquem entre si usando pequenas antenas.
Hill disse que outra possibilidade é uma rede de computadores que permita a partilha de informações entre os bombeiros. Se, por exemplo, o líder do grupo tivesse conexão via satélite com a internet, ele poderia baixar e compartilhar informações. Mesmo se a conexão à internet falhasse, os bombeiros poderiam continuar partilhando informações entre si.
Essa tecnologia já é usada nos EUA pelas Forças Armadas, pelo Departamento de Segurança Doméstica e pela Agência Federal de Gestão de Emergências.
Outro desafio é reunir um conhecimento mais completo sobre um incêndio. Para os maiores, aeronaves equipadas com sensores de infravermelho voam à noite, produzindo um mapa. Mas atualizações durante o dia se baseiam em relatos visuais incompletos e inexatos.
Um avião não tripulado pode passar horas vagando sobre o incêndio. A Administração Aeronáutica e Espacial Nacional colaborou com o serviço de combate a incêndios em 2007, oferecendo uma versão modificada do "drone" Predator, equipada com sensores de infravermelho. Os sensores acompanhavam movimentos dos incêndios que, de outra forma, seriam escondidos pela fumaça.
Para Sexton, no futuro, as pessoas em postos de comando poderão ver a posição precisa de cada bombeiro por meio de um receptor de GPS, assim como a propagação atual do incêndio.
Eles também teriam acesso a informações como as zonas calculadas de segurança às quais cada bombeiro poderia recuar, segundo Sexton.
"Poderíamos examinar remotamente as localizações dos bombeiros em relação a onde o fogo está e a assinatura de calor que ele está produzindo. Assim, talvez antever o movimento dos incêndios antes que eles atinjam as equipes."
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