Energias renováveis em debate na Associação Comercial de São Paulo (ACSP)
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Energias renováveis em debate na Associação Comercial de São Paulo (ACSP)



Energias renováveis em debate na ACSP



Na mesa (da dir. para a esq.): Júlio Minelli, Élbia Mello, Altino Ventura Filho, Luiz Gonzaga Bertelli, Roberto Mateus Ordine, Daniel Sarmento de Freitas e Marcelo Mesquita. - L.C.Leite/LUZ
O Brasil possui um variado potencial energético, além do petróleo, que participa com 37,5% na matriz de oferta de energia (acima dos 32%, da média no mundo todo), de acordo com os números do Ministério de Minas e Energia (MME). Entretanto, o País precisa investir em fontes alternativas e limpas de energia, como a eólica, a solar e a do bagaço da cana e do biodiesel, pois são mais econômicas e menos poluidoras. Essa é uma das principais conclusões obtidas no seminário sobre o assunto realizado ontem na Associação Comercial de São Paulo (ACSP).
O presidente da ACSP e da Federação das Associações Comerciais do Estado de São Paulo (Facesp), Rogério Amato, foi representado pelo vice-presidente Roberto Mateus Ordine, que ressaltou a importância do tema para o País e a necessidade de estímulo ao constante debate para a busca por novas fontes de recursos naturais.

L.C.Leite/LUZ
Luiz Gonzaga Bertelli, vice-presidente da ACSP, que mediou os debates, ressaltou a posição privilegiada do Brasil frente a outros países, mas lembrou que houve expressivo aumento no uso de energia elétrica nas residências em razão do crescimento da aquisição de mais eletrodomésticos e eletro-eletrônicos. Segundo ele, que também é conselheiro e diretor da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), o consumo de energia elétrica crescerá cerca de 4,5% ao ano na próxima década e a demanda em 2021 será 56% superior à de 2011.
Frente à expectativa de enorme crescimento, o País precisa de uma política sólida para suprir essas necessidades e os setores que mais precisarão de energia são o comercial e o residencial. Assim, ele ressaltou que a falta de entrosamento entre os órgãos oficiais que regulam o setor pode ser prejudicial e que é necessário reorganizar a Comissão Nacional de Energia.

Seminário sobre energias limpas reuniu grande público no auditório da ACSP, no Centro. - L.C.Leite/LUZ
Dentro desse contexto, Bertelli destacou alguns aspectos positivos como os investimentos em usinas eólicas, principalmente no Nordeste. Elas produzirão sete mil megawatts, mas esse ritmo de expansão pode ser refreado pela atual política de alta tributação sobre os combustíveis limpos e renováveis. E lembrou que o Produto Interno Bruto (PIB) apenas do setor sucroalcooleiro é de US$ 48 bilhões e pode atingir US$ 90 bilhões em 2020, mas poderia ser maior.
Para Daniel Sarmento de Freitas, coordenador dos projetos de energia fotovoltaica do Grupo Neoenergia, nos quais a irradiação solar é transformada em energia elétrica, este é um momento favorável para aumentar sua utilização, pois os preços dos equipamentos de adaptação estão em queda. Segundo ele, a região que mais está se beneficiando deste avanço é a Nordeste. Com o objetivo de aproveitar essas oportunidades, o Secretário de Planejamento e Desenvolvimento Energético do MME, Altino Ventura Filho, lembrou que as questões climáticas e o comércio de fontes de energia estão sendo levadas em conta pelos formuladores da política energética nacional.
Ventos favoráveis – O Brasil tem um enorme potencial a explorar com a adoção da energia eólica, que aproveita os ventos, pois atualmente é o décimo sexto país no ranking de utilização, encabeçado pela China, lembrou Élbia Mello, presidente executiva da Associação Brasileira de Energia Eólica (Abeeólica). Segundo ela, os geradores eólicos tornaram-se mais competitivos nos últimos anos, pois são utilizados junto a subestações de transmissão de energia elétrica. Além disso, eles oferecem a garantia da segurança do suprimento de energia, a sua independência em relação aos preços externos e têm isenção de impostos.
Existe um vasto campo a ser explorado em todo o País, já que a atual capacidade instalada de produção é de cerca de 2,5 vezes a atual necessidade de consumo, informa a Associação de Produtores de Biodiesel do Brasil (Aprobio).
Seu diretor superintendente, Julio Minelli, lembrou que o consumo de biodiesel foi de 2,5 milhões de litros no País no ano passado.



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