No XVII Encontro Nacional de Economia Política, realizado na UFRJ, de 05 a 08 de junho de 2012, apresentei o presente trabalho, que procura desmontar algumas das armadilhas presentes no conceito de desenvolvimento sustentável.
Partindo da contradição existente na consolidação dos direitos humanos dentro do ordenamento jurídico interestatal, onde se observa um jus cogens a legitimar, involuntariamente, intervenções bélicas sob pretexto humanitário, o presente artigo pretende destrinchar os mecanismos pelos quais a ideia de desenvolvimento sustentável igualmente se interverte. A linha para tal argumentação segue a hipótese de que, impregnada de um dever ético, e, portanto, alicerçada no sujeito, a ideia de desenvolvimento sustentável, derivada epistemologicamente da Teoria dos Sistemas, acaba por redundar em uma mera mão invisível eticamente determinada, constituindo-se, portanto, em um novo ethos de legitimação do próprio capital. O artigo reconstrói o conceito de desenvolvimento sustentável, tal como ele aparece na obra de seu mais eminente teórico (Ignacy Sachs), e, a partir de Freud, Debord e Žižek, procura demonstrar como a ecologia se firma como derradeira estrutura de sublimação a nos permitir o gozo diante da contradição em construirmos questionamentos ao domínio da natureza sem atentarmos contra a lógica da acumulação; o gozo em construirmos questionamentos à catástrofe ambiental sem protestarmos contra seu fundamento estrutural. O gozo, pois, de alojarmo-nos num novo ethosliberal: o do individualismo responsável.
Economia política do desenvolvimento sustentável:
Economia política do desenvolvimento sustentável:
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