DO RIO
A construção de novas usinas nucleares no país poderá ser feita num ritmo mais lento do que o previsto, segundo a EPE (Empresa de Pesquisa Energética), responsável pelo planejamento energético brasileiro.
O Plano Nacional de Energia, que contempla a estratégia energética do Brasil até 2030, prevê, pelo menos, quatro novas usinas, além de Angra 3, que já está em construção.
Um novo plano está sendo elaborado, com horizonte final em 2035, e a utilização das usinas nucleares poderá ser revista, após o acidente em Fukushima, no Japão.
O presidente da estatal, Mauricio Tolmasquim, disse nesta sexta-feira que a colocação dessas usinas poderá ser feita de forma mais demorada. Ele explicou que ainda não há qualquer definição, e que estão sendo feitos estudos que vão nortear a decisão sobre o futuro da energia nuclear no Brasil.
"Não se pode tomar medidas precipitadas, nem para um lado, nem para outro. Tem que se analisar a situação nova [do acidente], e como ela influencia o Brasil", afirmou, após fazer palestra no Ibef (Instituto Brasileiro de Executivos de Finanças).
Tolmasquim mostrou-se favorável a que o Brasil siga construindo usinas nucleares. Segundo ele, essas unidades não são fundamentais em termos de suprimento energético. Ele ressaltou, no entanto, ser importante que se tenha o domínio da tecnologia nuclear.
"Abandonar a energia nuclear não me parece razoável", observou.
O planejamento até 2035 levará em conta novos fatores na matriz energética. O principal é o pré-sal, que proporcionará maior oferta de petróleo e gás ao país. Quando o primeiro plano foi elaborado, ainda não se tinha a dimensão do que a nova fronteira exploratória poderia proporcionar.
O novo plano deverá ter ainda maior oferta de energia eólica, diante da recente redução do custo e do maior aproveitamento dessa fonte.