Bactérias transgênicas podem limpar águas poluídas com mercúrio
http://www.google.com/hostednews/afp/article/ALeqM5gZLOIY-cH4scq50ngAMxCtgUaANQ?docId=CNG.cde471bfcfaec7ad42302e5b3a365ec5.b1
(AFP) – Há 7 horas
PARIS — Bactérias transgênicas que suportam altas doses de mercúrio poderiam sanear seu entorno, facilitando a limpeza de áreas contaminadas com este metal, afirmam cientistas da Universidade Interamericana do Porto Rico.
Segundo o Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma), anualmente, a indústria química e a mineração vertem 6.000 toneladas de mercúrio no ambiente. Esse metal, que pode entrar na cadeia alimentar, é muito tóxico, sobretudo na forma de metilmercúrio, para humanos e animais.
Oscar Ruiz e seus colegas da Universidade Interamericana do Porto Rico consideram que as bactérias transgênicas que criaram são "uma alternativa" às custosas técnicas de descontaminação adotadas atualmente.
Capazes de proliferar em uma solução contendo 24 vezes a dose mortal de mercúrio para bactérias não resistentes, as cepas transgênicas conseguiram absorver em cinco dias 80% do mercúrio contido no líquido, segundo estudo publicado em Londres pela BMC Biotechnology, revista científica que pode ser consultada gratuitamente na internet.
As bactérias 'Escherichia coli' se tornaram resistentes a altas concentrações de mercúrio, graças à inserção de um gene que permite a elas produzir metalotioneína, proteína que desempenha um papel de desintoxicação no organismo de ratos.
Trata-se, segundo os cientistas, do "primeiro estudo" que prova que a metalotioneína "garante uma resistência ao mercúrio e permite sua acumulação na bactéria", que o absorve.
O mercúrio recuperado pelas bactérias nas áreas contaminadas poderia ser utilizado em novas aplicações industriais, segundo a equipe de cientistas.
As bactérias transgênicas demonstraram, no estudo, ser capazes de extrair mercúrio de um líquido, de forma que "a primeira e principal aplicação poderia ser recuperar o mercúrio na água e em outros líquidos", explicou Ruiz em e-mail à AFP.
Não se descarta seu uso a longo prazo para a descontaminação.
"Temos ideias de como poderia funcionar", afirmou Ruiz, convencido de que seria mais barato que os sistemas atuais.
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