Atitude sustentável: Estudantes dos EUA passam verão no Brasil com aula e trabalho socioambiental. Desenvolver projetos sustentáveis que melhorem a vida da comunidade carente.
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Atitude sustentável: Estudantes dos EUA passam verão no Brasil com aula e trabalho socioambiental. Desenvolver projetos sustentáveis que melhorem a vida da comunidade carente.


Estudantes dos EUA passam verão no Brasil com aula e trabalho social



Fonte: http://www.tvcanal13.com/blog/2011/01/23/estudantes-dos-eua-passam-verao-no-brasil-com-aula-e-trabalho-social/
 
 
 
23 jan, 2011 09:10:30
 

Estudantes de universidades top dos Estados Unidos estão interessados em estudos e trabalho no Brasil. Na última semana, um grupo da Universidade Harvard, considerada a melhor do mundo, desembarcou no país para aprender português e fazer trabalho social. Outro grupo chegou do conceituado Massachusetts Institute of Technology (MIT) para conhecer uma favela e desenvolver projetos sustentáveis que melhorem a vida dos moradores locais.



O interesse de estudantes, professores e pesquisadores estrangeiros pelo Brasil cresce com o desenvolvimento econômico e a proximidade das Olimpíadas e da Copa do Mundo no país, segundo o gerente do escritório da Universidade Harvard em São Paulo, Tomás Galli de Amorim. A instituição tem vários programas diferentes de estudos, trabalho e pesquisa no Brasil.



Para o programa de estudos da língua portuguesa aliado a trabalho social, houve 60 inscrições para 15 vagas, segundo Aaron Litvin, coordenador do programa de estudos brasileiros do centro de estudos latino-americanos de Harvard, chamado David Rockfeller Center for Latin American Studies.



O grupo está em Florianópolis, onde estuda pela manhã e trabalha à tarde na colônia de férias da ONG Cedep, no bairro Monte Cristo. Os jovens participam de atividades de leitura, música, dança, esportes e aulas de inglês e português. “Esse programa é um ponto de partida para poderem prosseguir os estudos sobre o Brasil”, disse Litvin.



Fazem parte da turma alunos de vários cursos como ciências sociais, ciência política, economia e literatura. Além dos Estados Unidos, há jovens de Canadá, México, Quênia, Romênia, França, Bahamas e Bolivia.



“A participação em um programa social ajuda os estudantes a ter uma visão da realidade brasileira e contribui para poderem entender questões de desigualdade social e a importância de contribuir para a inclusão, a educação e a criação de oportunidades no Brasil”, disse Aaron.



O aluno do curso de história de Harvard Ben Wilcox, de 20 anos, faz parte do grupo de estudantes que está em Florianópolis. Antes de vir ao Brasil, o norte-americano de Chicago estudou português por três semestres. “O mais interessante é poder praticar com os meninos. É mais difícil”, disse Wilcox.



Entre uma atividade e outra na ONG, o estudante disse que aproveita para divertir as crianças jogando basquete. “Eles gostam de ver um americano de dois metros de altura jogando”, afirmou. Diversão à parte, Wilcox planeja escrever sobre favelas brasileiras na tese final da universidade.



“Pretendo voltar em julho para trabalhar em São Paulo e pesquisar mais sobre favelas. Já estudei favelas do Rio de Janeiro, mas não sei nada sobre as de outras cidades. É muito mais complicado do que usualmente é entendido nos Estados Unidos e mesmo no Brasil”, afirmou.



Soluções



Enquanto os jovens de Harvard estudam em Florianópolis, um grupo de alunos do Massachusetts Institute of Technology (MIT) passou duas semanas imerso na realidade de um bairro pobre de Embu das Artes, em São Paulo, em busca de soluções sustentáveis que pudessem melhorar a condição de vida dos moradores.



O trabalho foi feito em parceria com estudantes da Universidade de São Paulo (USP) e da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), além da ONG Família Inês, formada por jovens do bairro Santo Antônio.



Os jovens, 12 deles do MIT, passaram a primeira semana conhecendo os problemas e a segunda semana desenvolvendo projetos de melhoria nas áreas de água, energia, lazer e moradia. O programa do MIT envia estudantes de engenharia e outras áreas de exatas todo ano para países diferentes, como Índia, Tanzânia e Brasil. Vieram ao país alunos americanos, da África do Sul, de Gana, além de brasileiros.



Karine Tiemi Yuki, de 19 anos, que faz o segundo ano de graduação no MIT, é de São Paulo. Ela lidera o grupo da universidade no projeto. Na universidade, o foco principal dos estudos dela são as áreas de ciências políticas e física. “No ano passado fui à China. Neste ano, fiz questão de vir para o Brasil, porque é meu país”, disse.



Estudantes de universidades brasileiras aproveitaram a oportunidade para fazer contatos. Felipe Hessel de Paula, de 19 anos, que faz o primeiro ano de ciência da computação na UFSCar, fez questão de participar quando soube que haveria estudantes do MIT. “Queria ter contato com estrangeiros”, afirmou.



Charles Cristian Miers, de 36 anos, que faz doutorado em engenharia da computação na USP, participa pela primeira vez do projeto. “Pretendo aplicar os conhecimentos que tenho nos projetos”, disse.



Os projetos do grupo resultaram na construção de um parque para as crianças, em melhorias no campo de futebol, em um guia para o tratamento de água, manuais e protótipos para a confecção de uma tampa para poços e uma bomba d’água.



Doações dentro e fora da comunidade, mão de obra dos próprios moradores, material reciclado e materiais descartados foram algumas das soluções encontradas pelas equipes para contornar obstáculos financeiros, segundo Miguel Chaves dos Santos, de 25 anos, formado em mecatrônica pela USP e coordenador do projeto.



“O objetivo mais importante é trabalhar com os moradores da comunidade e não trabalhar para as pessoas da comunidade. O incentivo a essa atitude é essencial em comunidades mais pobres para mostrar que é possível desenvolver e implementar soluções sem a necessidade de sempre esperar por orgãos governamentais”, disse Miguel.



Fabiano Malaquias Souza da Conceição, de 30 anos, é um dos criadores da ONG Família Inês, que tenta tirar crianças e adolescentes da rua. Apenas com investimentos dos próprios integrantes e por moradores do bairro, a ONG promove cursos, como música e artesanato, além de eventos para os 30 participantes de 11 a 17 anos, com a ajuda de voluntários. “Já procuramos o poder público, mas só tem promessa. Acham que somos um bando de moleques”, afirmou.



A ONG é formada por oito jovens do bairro que conseguiram chegar à faculdade e querem fazer outros estudantes da região a acreditar que podem fazer o mesmo.






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