Sustentabilidade Urbana é algo que remete a estímulos do Estado para que sejam feitos projetos a fim de melhorar a vida da população de um país, mas isso tem se mostrado cada vez mais difícil e ineficaz. Salvo algumas exceções é extremamente difícil encontrar o país que assume toda a sua parcela de efeito nas mudanças climáticas e que faz algo para melhorar essa situação.
Do meio da última década em diante está visivelmente claro que as cidades por si próprias estão assumindo a liderança de seguir o melhor caminho para a sustentabilidade urbana, em vez do Estado. Com isso fica evidente uma grande chance de sucesso em melhorar e reduzir os agravantes causados no ambiente em que vivemos.
No final de 2013 o C40, um grupo de megacidades do mundo comprometidas a abordar a mudança climática incluindo as três cidades brasileiras Curitiba, Rio de Janeiro e São Paulo, anunciou os 10 vencedores do primeiro City Climate Leadership Awards (site oficial). Uma premiação que lista as 10 cidades em todo mundo que têm demonstrado liderança na batalha contra a mudança climática e excelência em sustentabilidade urbana.
Abaixo listamos os dez municípios de todo o planeta premiados:
Rio de Janeiro: Comunidades Sustentáveis
Isso mesmo! Vamos começar tendo o prazer de anunciar o Rio de Janeiro como uma das 10 cidades com um plano de revitalização urbana e comunidades sustentáveis. Com o programa Morar Cariocao Rio levou o prêmio na categoria de Comunidades Sustentáveis. Basicamente o projeto, criado em 2010, tem a missão de reurbanizar e integrar socialmente todas as comunidades (favelas) da cidade até o ano de 2020. Os investimentos do projeto estão na melhoria da infraestrutura, paisagismo, lazer e moradia da população que vive nessas regiões.
Bogotá: Transporte Urbano
A capital da Colômbia, Bogotá, foi premiada na categoria Transporte Urbano com sua ultraeficiente frota de ônibus e taxis. Com o TransMilenio e E-Taxis, criado em 2000, a capital colombiana tem mais de 70% da sua população (7,1 milhões) coberta por um perfeito sistema de transporte. A capital projeta para o futuro próximo a substituição de toda a frota de ônibus a diesel por ônibus híbridos e toda a frota de taxi comum por elétricos. No projeto de melhorias da sustentabilidade urbana da cidade ainda existe uma nova linha de metrô.
Melbourne: Energia Eficiente em Ambientes Construídos
Com o programa Melbourne: Sustainable Buildings Program a cidade australiana garantiu o prêmio de Energia Eficiente em Ambientes Construídos. O programa consiste em incentivar a retromontagem de 1.200 edifícios comerciais, 70% de todos os edifícios comerciais da cidade, para que melhorem sua eficiência de energia em aproximadamente 38%. Essa melhora resultaria na eliminação de 383mil toneladas de CO² por ano.
Copenhague: Medição de Carbono & Planejamento
Para garantir o prêmio de Medição de Carbono & Planejamento a capital da Dinamarca ousou e lançou um plano climático que visa tornar a cidade completamente neutra nas emissões de carbono até 2025. Caso a cidade tenha sucesso na tentativa de reduzir as 400mil toneladas de CO² geradas será a primeira capital do mundo a ser neutra em Carbono.
Cidade do México: Qualidade do Ar
Sim, a Cidade do México, levou o prêmio de Qualidade do Ar. O que justificou essa premiação dentre tantas outras cidades que vem trabalhando nesse sentido foi o programa PorAire, voltado para redução de emissões de CO² e poluição do ar que está implantado a mais de 20 anos por lá e conseguiu reduzir drasticamente esses poluentes. O programa abrange desde redução nas emissões de veículos até a contenção da expansão urbana. Consolidando a atenção da Cidade do México para com a qualidade do ar, recentemente foi apresentado uma construção que literamente “come poluição”. Ele utiliza uma telha especial que ajuda a neutralizar substâncias químicas que compõem a poluição.
Munique: Energia Verde
A cidade alemã, capital de Baviera, recebeu o prêmio de Energia Verde pela iniciativa de garantir que até 2025 toda a energia da cidade utilizará fontes renováveis. Mas o prêmio não veio somente pela atitude, veio porque atualmente 37% da energia já vêm de fontes renováveis e em 2015 serão capazes de gerar energia através do vento que fará esse percentual subir até os 80% da energia total gerada na cidade.
Nova Iorque: Adaptação & Resiliência
Nova Iorque foi escolhida nesta categoria justo por causa de um pós-desastre. A escolha da cidade americana ocorreu por conta do seu plano de ação após a passagem do furacão Sandy. O programa atua no trabalho de outras 250 iniciativas para reconstruir as comunidades impactadas pela tempestade aumentando a resiliência da infraestrutura e edifícios de toda a cidade. Além disso o plano pós-tempestade abrange categorias como o transporte, telecomunicações, parques, segurança e outros.
São Francisco: Gestão de Resíduos
Falando em gestão de resíduos São Francisco pode ser considerada uma cidade veterana e de sucesso. Seu programa de resíduos 11-year-old-zero garante atualmente que 80% de todo o lixo seja destinado aos locais corretos, no lugar de ir direto para aterros. A meta é que até 2020 100% do lixo de São Francisco tenha o destino correto. Isso fez com que levassem o prêmio de Gestão de Resíduos pra casa.
Singapura: Infraestrutura de Cidade Inteligente
Para o prêmio de Infraestrutura de Cidade Inteligente o destino foi Singapura. A cidade possui uma gama de iniciativas destinadas ao transporte inteligente, como os dados de tráfego em tempo real da frota de taxis equipados com GPS e do seu famoso sistema de coleta de pedágio eletrônico nas estradas. Isso garante que Singapura tenha taxas menores de congestionamento do que grande parte das cidades.
Tóquio: Finanças e Desenvolvimento Econômico
A considerada capital do Japão, Tóquio, leva o prêmio de Finanças e Desenvolvimento Econômico pelo lançamento do primeiro programa do mundo de Cap e Trade. Algo como unir o comércio com a sustentabilidade. Atualmente o programa integra mais de mil instalações que são obrigadas a reduzir as emissões em um total de 13% na cidade. Esse programa garantiu que mais de 7 milhões de toneladas de CO² fossem impedidas de serem liberadas desde 2010.