Ambientalistas europeus denunciam 'falta de foco' da conferência do Rio
Mundo Sustentável

Ambientalistas europeus denunciam 'falta de foco' da conferência do Rio




Temor é de que insistência do Brasil em ampliar pauta impeça aprovação de resoluções práticas

31 de janeiro de 2012 | 23h 34

http://www.estadao.com.br/noticias/vidae,ambientalistas-europeus-denunciam-falta-de-foco-da-conferencia-do-rio,829694,0.htm

Andrei Netto, de O Estado de S. Paulo

PARIS - A menos de cinco meses da conferência Rio+20, no Rio de Janeiro, autoridades políticas e líderes ambientalistas europeus estão preocupados com a suposta “falta de foco” das propostas feitas pelo governo do Brasil, organizador do evento. As críticas sobre as prioridades brasileiras, antes feitas a portas fechadas, foram externadas em público nesta terça-feira, 31, durante encontro em Paris. O temor é de que, alargando as discussões, a Rio+20 não resulte em nada.
André Correa do Lago: foco não é meio ambiente, e sim desenvolvimento sustentável - Renato Araújo/ABr - 04/12/2009
Renato Araújo/ABr - 04/12/2009
André Correa do Lago: foco não é meio ambiente, e sim desenvolvimento sustentável
A insatisfação começou a ficar clara com o lançamento, no início de janeiro, do chamado Draft Zero - o rascunho de declaração final do evento preparado pelo governo brasileiro e submetido às autoridades estrangeiras e à sociedade civil. O documento estabelece como prioridades da conferência os temas da “economia verde no contexto do desenvolvimento sustentável e da erradicação da pobreza” e o “quadro institucional” para alcançar tal objetivo.
Nas 21 páginas do rascunho são citados temas “clássicos” do ambientalismo, como segurança alimentar, agricultura sustentável, gestão racional da água, acesso à energia e o estímulo às fontes renováveis, entre outras propostas. Também têm lugar as novas questões do desenvolvimento sustentável, como a criação de empregos “verdes”.
O ponto polêmico é que a tudo isso a presidência brasileira adicionou temas caros à agenda diplomática do País, como a luta contra a pobreza e a fome, os objetivos do Milênio, as relações Sul-Sul, a crise econômica na Europa e até a “transparência da informação” - que têm pouca relação direta com meio ambiente.
Segundo o embaixador André Correa do Lago, diretor do Departamento de Meio Ambiente do Itamaraty, o objetivo é devolver ao evento seu caráter histórico, colocando lado a lado temas como economia, sociedade e ambiente. Com base nesses três “pilares”, seria discutida a nova “governança internacional”. “O Brasil não quer que a nova governança seja de meio ambiente, e sim que ela seja voltada para o desenvolvimento sustentável, ou seja, que acentue que o meio ambiente deve estar no contexto social e econômico”, explica Lago.
Entre os exemplos das questões levantadas pelo Brasil para a Rio+20, diz o diplomata, está discutir se a estratégia da União Europeia para enfrentar a crise da Grécia com políticas de austeridade fiscal é o melhor caminho. “Nós passamos por esse tipo de tratamento de choque nos anos 80 e 90 e sabemos que não traz bons resultados em longo prazo”, diz Lago. Pautando esses temas, o Itamaraty pretende fazer da Rio+20 um G20 voltado para discussões sobre o futuro.
Reação. Ontem, durante a conferência Em Direção a uma Nova Governança Mundial de Meio Ambiente, realizada em Paris, líderes políticos e ambientalistas criticaram as ambições do Brasil. De modo geral, os europeus querem acentuar a discussão ambiental. A França, por exemplo, defende que a Rio+20 se concentre em negociações diplomáticas para a criação da Organização Mundial de Meio Ambiente (WEO, na sigla em inglês).
“Quanto mais falamos sobre crescimento verde e menos sobre governança, mais estamos perdendo o foco”, disse ao Estado a ministra francesa do Meio Ambiente, Nathalie Morizet. Jean Jouzel, vice-presidente do Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas (IPCC), órgão da ONU que reúne especialistas em clima, também entende que a Rio+20 precisa ser mais conclusiva e menos filosófica. “Quando analisamos por que não andamos mais rápido na proteção ambiental, é também porque faltam instituições para lidar com o tema de forma objetiva”, acredita.
Para Gerard Worms, presidente da Câmara de Comércio Internacional (ICC), a Rio+20 carece de coerência. “Lutar contra a pobreza é importante, mas não é o mesmo que lutar pelo meio ambiente. A causa já é muito vasta e avança pouco. Ou se mantém o foco ou não se avançará.




loading...

- Energia 100% Renovável Até 2050?
13/06/2012 - 22h42 Documento de empresas propõe energia 100% renovável até 2050http://www1.folha.uol.com.br/ambiente/1104430-documento-de-empresas-propoe-energia-100-renovavel-ate-2050.shtml ANDREA VIALLI COLABORAÇÃO PARA A FOLHA...

- Economia Verde?
'Todos os pontos da Rio+20 estão travados', afirma diplomataDeclaração de representante, após rodada de discussões para conferência, expõe impasse13 de abril de 2012 | 20h 30 http://www.estadao.com.br/noticias/geral,todos-os-pontos-da-rio20-estao-travados-afirma-diplomata,860782,0.htm...

- Desenvolvimento Insustentável...
13/04/2012 - 19h29Países divergem sobre objetivos de desenvolvimento sustentávelDENISE MENCHEN DO RIO http://www1.folha.uol.com.br/ambiente/1075934-paises-divergem-sobre-objetivos-de-desenvolvimento-sustentavel.shtml A criação de Objetivos...

- Financiamento à Economia Verde Opõe Países Na Rio +20, Diz Onu
20/03/2012 - 10h09 VERENA FORNETTI DE NOVA YORK http://www1.folha.uol.com.br/ambiente/1064379-financiamento-a-economia-verde-opoe-paises-na-rio-20-diz-onu.shtml O secretário-geral da Conferência das Naçôes Unidas sobre Desenvolvimento...

- O Que é "zero Draft" Da Rio + 20?
Por KARINA NINNI, estadao.com.br, Atualizado: 12/1/2012 3:04Documento da Rio +20 reitera compromissos http://estadao.br.msn.com/ciencia/documento-da-rio-plus20-reitera-compromissos Lançado anteontem à noite em Nova York, o 'rascunho zero'...



Mundo Sustentável








.