A barriga pode medir o risco de infarto
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A barriga pode medir o risco de infarto



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Opa, a calça não fechou? Alimentação saudável já

ARTIGO DE ESPECIALISTA PUBLICADO EM 13/03/2008
foto especialista
Dr. Daniela Avila Hueb NUTRÓLOGO - CRM 96027/SP
Acredito que você já tenha ouvido falar, alguma vez em sua vida, sobre os riscos da obesidade e da síndrome metabólica, também conhecida como Síndrome X ou Síndrome Plurimetabólica . Porém, o que muitos não sabem é que nem todas as pessoas obesas são, necessariamente, portadoras de síndrome metabólica e nem todas as pessoas portadoras de síndrome metabólica são obesas. Confuso? Bem, vamos esclarecer. 

Obesidade 

Para uma pessoa ser considerada obesa basta apresentar excesso de gordura corporal generalizada. Em outras palavras, obesidade é excesso de gordura, não necessariamente de peso, embora esta seja a medida mais utilizada.

Existe uma fórmula matemática bem simples e que ajuda a detectar os vários graus de obesidade: é o cálculo do IMC (índice de massa corporal). Para descobri-lo, basta dividir o peso (em quilos) pela altura multiplicada pela altura (em metros). Um exemplo: Uma pessoa de 80 Kg com 1,70 m.



[80 ÷ (1,70 x 1,70)], resultando num IMC de 27,68.

Se quiser passar longe da obesidade ou da desnutrição, ao fazer esse cálculo o resultado deve variar entre 18 e 24,99. Se o resultado for inferior a 18, considere-se desnutrido. Quanto menor for o resultado, mais severo é o grau de desnutrição. Agora, se o resultado for superior a 25, considere-se obeso. E, quanto maior for o resultado, também mais grave será o grau da doença. 

No caso do nosso exemplo, a pessoa encontra-se na faixa de sobrepeso. De acordo com sua altura, o peso ideal deveria variar entre 53 e 72Kg. Logo, seria necessário que ela emagrecesse no mínimo 8Kg. 

Calma, mas não se desespere. Estamos falando de medicina, portanto nada é tão matemático assim. Deve-se levar em consideração vários fatores, como: o sedentarismo; o grau de prática de atividade física; o gênero (masculino ou feminino); a idade cronológica; a composição corporal geral; a localização e distribuição da gordura, entre outros fatores. Se avaliarmos, por exemplo, os tempos áureos do ator de Hollywood e atual governador da Califórnia, Arnold Schwarzenegger, ele podia até pesar seus 108Kg com os seus 1,88m, mas pela sua avantajada massa muscular, carga intensa de atividade física e ínfima porcentagem de gordura corporal, mesmo com um IMC de 30,5, não era considerado obeso.

Não é por acaso que existem tantas pessoas morrendo de anorexia nervosa, uma vez que para seguir os padrões pré-estabelecidos pela indústria da moda, todo mundo acha que precisa passar fome e, muitas vezes, ficar dias sem comer, mesmo sem participar profissionalmente das passarelas. Lamentável, não? 

Síndrome metabólica 

Para uma pessoa ser portadora de síndrome metabólica, faz-se necessário apresentar os cinco fatores abaixo: 

1) Resistência insulínica (nível de glicose de 100 a 124, somado a excesso de insulina no sangue); 
2) Cintura abdominal maior de 80cm nas mulheres ou maior de 94cm nos homens; 
3) Colesterol HDL ( o bom ) menor de 50; 
4) Triglicérides maior de 150; 
5) Pressão arterial maior de 13 x 8,5. 

Para descobrir se você é portador desta síndrome, basta fazer um exame de sangue, aferir a pressão arterial e medir a cintura abdominal rente ao umbigo. Se você apresentar todos os fatores, considere-se portador. Se apresentar de um a quatro fatores, a atenção deve ser redobrada porque para desenvolvê-la, se você não se cuidar, será apenas questão de tempo. 

Juntando tudo 

As causas da obesidade estão relacionadas a dieta inadequada, doenças metabólicas (hipotireoidismo, diabetes melito tipo 2, síndrome de Cushing, etc.), sedentarismo, ansiedade, depressão, estresse e a genética. 
O tratamento inclui a associação de 

correção alimentar com atividade física, medicamentos apropriados, psicoterapia e ou cirurgias digestivas. Se não tratada, pode-se adquirir hipertensão arterial, doenças cardiovasculares, alterações lipídicas, osteoartrite, alguns tipos de cânceres, síndrome do ovário policístico, apnéia do sono, distúrbios menstruais, infertilidade, diabetes melito tipo 2, entre outras. 

A síndrome metabólica está mais relacionada ao estilo de vida inadequado como não se alimentar corretamente, não praticar atividades físicas, ser ansioso, depressivo e ou estressado. O tratamento? Correção alimentar, prática de atividade física e medicamentos apropriados. Mas é importante ressaltar que o medicamento sozinho não faz milagres. A mudança de estilo de vida é fundamental. Se não tratada, o maior risco é de contrair a diabetes tipo 2 devido a resistência insulínica e o risco de infarto, por causa da cintura avantajada. Por isso, cuidado: Quanto maior for a medida da sua cintura, maior serão os riscos de desenvolver algum tipo de doença. 

O infarto não é uma doença de colesterol, mas sim de estresse oxidativo do colesterol LDL (o ruim ). Você não vai infartar simplesmente por seu colesterol estar elevado, mas sim se ele estiver com estresse oxidativo, mesmo em níveis abaixo do normal. Esse estresse é passível de melhora, desde que corrigindo o estilo de vida e principalmente a alimentação, sempre muito rica em nutrientes antioxidantes, como selênio, vitamina C e E, entre outros. Além disso, deve-se consumir alimentos pobres em carboidratos e encaixar uma atividade física. 

Em resumo, a pessoa obesa tem excesso de gordura corporal generalizada e não necessariamente tem síndrome metabólica associada. Já a pessoa portadora somente de síndrome metabólica apresenta o metabolismo de uma obesa, além de ter excesso de gordura apenas na região abdominal. Em se tratando da prevenção, a mudança do estilo de vida, alimentação adequada, atividade física regular, controle do estresse e da ansiedade e tratamento da depressão servem para as duas. A adoção de hábitos saudáveis ainda é o melhor remédio e a melhor prevenção. 

Daniela Hueb é dermatologista e nutróloga 




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